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Pré-temporada do Coritiba em Atibaia chega ao fim nessa quinta-feira com aprovação do técnico Marquinhos Santos | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Pré-temporada do Coritiba em Atibaia chega ao fim nessa quinta-feira com aprovação do técnico Marquinhos Santos| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo
  • Técnicos Marquinhos Santos quer aproveitar a habilidade com os pés de Vaná para, a exemplo de Neuer, transformá-lo em líbero

Marquinhos Santos tem uma condição invejável e um desafio imenso em 2015. A condição invejável é o contrato de duas temporadas com o Coritiba, inferior apenas ao de Tite com o Corinthians – clube que o gaúcho levou aos títulos da Libertadores e mundial. O desafio é remontar um time que perdeu o ídolo, referências técnicas e tem pouca capacidade de investimento imediato. Tudo somado à ânsia da nova diretoria de ter um título estadual à pronta entrega para o torcedor.

Por isso os dez dias da pré-temporada em Atibaia, que se encerra hoje, ganham importância extra para o treinador. Foi nesse período que Marquinhos implementou as bases táticas do time que pretende ver em ação a partir de sábado, contra o Nacional de Rolândia, na estreia do Paranaense. E começou a pôr em prática o planejamento para fazer o Coritiba suportar a longa e exigente temporada que ainda tem Copa do Brasil e Brasileiro. Um caminho que ele traça nesta entrevista exclusiva à Gazeta do Povo. Qual sua avaliação dessa pré-temporada?

Muito boa, bem controlada e aproveitada desde a apresentação. Nesse curto período os atletas buscaram uma evolução, não só física, mas também técnica e entendendo a filosofia tática de jogo. Isso me deixou muito feliz, pela entrega dos atletas. Você falou que espera dois ou três reforços. Quando você acha que vai ter esse elenco completo?

O ideal para o treinador sempre é na pré-temporada já ter um grupo formado para ganhar tempo, ritmo, entender a filosofia do treinador. Mas sabemos das dificuldades, as negociações demoram um tempo e por conta disso eu acredito que para essa semana, no máximo semana que vem, esses 2, 3 atletas já possam estar junto do grupo.

Você tem uma expectativa de dar uma regularidade para o goleiro Vaná?

Sim. O Vaná, o Willian e o próprio Samuel são jogadores que vinham trabalhando muito forte e merecem essa oportunidade. O Vaná é um atleta que eu conheço desde os 14 anos. Sei do potencial, da segurança, e também é muito bom com os pés. No futebol moderno, com as linhas jogadas próximas e adiantadas, o goleiro tem que ter esse perfil e o Vaná tem muita qualidade para ser ou jogar como falso líbero. É claro que nesse início como camisa 1 cria-se uma expectativa. Esperamos que ele possa corresponder porque se trata de um grande goleiro, não só para o clube, mas para o futebol brasileiro. Em um treinamento você chegou a escalar João Paulo, Rosinei, Hélder e Cáceres no meio de campo. Se você escalar essa equipe e disserem que está jogando com quatro volantes, você acha que é injusto?

Eu acho incorreta a terminologia. O Cáceres é um meia que atuou muito com essa função no Cerro Porteno e no Vitória. O perfil dele não é de um volante. O Rosinei no Atlético-MG e no Coritiba comigo ano passado atuava aberto pela direita como meia de transição. O Helder e o João [Paulo] já possuem características de jogar por trás da linha da bola, de atuarem em uma linha defensiva. Até o próprio Pedro Ken e o Alan Santos são jogadores com maior qualidade de jogo e que chegam a todo momento pisando na área adversária apresentando-se como elemento surpresa ou causando um desequilíbrio tático.Por que o esquema em que você iniciou a pré-temporada não era um 3-6-1?

Quando eu jogo com três zagueiros, eu nunca joguei em um 3-6-1. Eu atuei no 4-1-4-1 e no 3-3-1-3. No jogo contra o Corinthians no Itaqueirão [pelo Brasileiro] ficou bem claro. Porque tinha a linha de três zagueiros, mas o Carlinhos e o Ivan atuaram bem abertos, jogando em cima do sistema defensivo deles. São variações que utilizamos. Quando eu atuo com os três zagueiros é um fazendo a linha defensiva pelo lado do campo ou, quando eu atuo nessa linha de três mesmo, é para que tenha dois jogadores bem abertos e um centralizado ofensivo. Aí eu possa jogar no 3-3-1-3, que é uma formação mais utilizada pelo [técnico Marcelo] Bielsa, no Olympique. Está sendo mais difícil montar o time agora do que foi em 2013?

Em 2013 houve uma continuidade e eram jogadores mais experientes e com o perfil um pouco diferente. Então não teve que mexer tanto. Esse ano até pela questão, não só do Coritiba, do mercado brasileiro em relação à parte financeira dos clubes, a opção foi o inverso. Nós trouxemos jogadores mais jovens, com perspectiva promissora, e baixamos a faixa etária. Isso nos traz uma esperança de montar um time mais leve, mais solto, e que tenha essa característica ao longo do ano. Mas até por tantas saídas e tantas referências, com certeza o trabalho é maior do que foi em 2013.

Você já foi claro ao dizer que o Coxa jogará com o time principal no Estadual. Existe algum planejamento para não chegar na metade do ano e o time estar muito desgastado fisicamente?

Existe. Dentro do próprio Estadual nós vamos revezar, rodando a equipe, para que todos entendam a filosofia de jogo, participem e tenham essa evolução. Nós não optamos em colocar o sub-20 ou mesmo o sub-23 para que dentro do Estadual nós tenhamos a possibilidade de um encaixe do perfil, do padrão do jogo. E isso o Paranaense nos dá sem que tenhamos que perder a competitividade. Mas não significa que nós vamos iniciar a competição com um time e terminar com a mesma equipe. Vamos monitorar para ir utilizando o Paranaense para entrar forte na Copa do Brasil e Brasileiro.

Qual o tamanho da segurança que é em um mercado instável como o Brasileiro ter dois anos de contrato?

Se eu não me engano esse ano apenas o Tite acertou com o Corinthians um contrato de três anos. Isso demonstra uma seriedade e o que a diretoria do Coritiba pretende, o trabalho de médio a longo prazo, sabendo das dificuldades que há nesse início de reformulação. Acho que é importante não só para o clube, para o profissional Marquinhos Santos, mas demonstra no futebol brasileiro uma quebra de paradigma.

Qual a sua expectativa para o Paranaense?

Eu torço e fico na expectativa de em cada ano o futebol paranaense se torne mais competitivo, mas qualificado, e mais equipes briguem pelo título. É claro que o Coritiba sempre entra como um dos favoritos por ser uma grande equipe do estado e por estar disputando a Série A do Brasileiro. Nesse início de temporada, pelo número de contratações, sempre vai ter responsabilidade de buscar o título.

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