• Carregando...

São Paulo – Se da primeira vez Fernando Alonso não acreditou, ontem tinha motivos para achar que estava sonhando. Pela segunda vez em duas corridas seguidas a Ferrari de Michael Schumacher teve problemas com o motor. Melhor para o espanhol, que larga hoje em quarto no GP Brasil, às 14h, e só precisa chegar na zona de pontuação para ser bicampeão.

Como se não bastasse, vê o alemão, que se despede hoje da Fórmula 1, largar apenas em décimo.

A pole ficou com Felipe Massa, que cravou 1min10s643. É a primeira vez que um brasileiro sai na frente em casa desde Rubens Barrichello em 2004.

"Esse macacão aumentou ainda mais a minha motivação para buscar o resultado", festejou Massa, autorizado pela Ferrari a vestir um uniforme verde e amarelo. "É o dia mais feliz da minha vida. A pole é mais para o público do que para mim. É emocionante fazer a pole em casa."

Mesmo decepcionado com seu resultado, Schumacher felicitou o desempenho de Massa. "Ele está de parabéns. É sempre especial fazer o melhor tempo diante de seus torcedores", afirmou o alemão.

O que parecia improvável aconteceu na última parte do treino classificatório. Schumacher foi um dos primeiros a sair a pista. Mas logo diminuiu a velocidade e deixou que todos os carros que vinham atrás o superassem. Voltou aos boxes.

Os mecânicos ainda tentaram devolvê-lo à pista, mas com um problema de pressão de combustível foi obrigado a deixar o carro. "Estou um pouquinho triste’’, disse o alemão.

Para Alonso, que adotou o máximo de cautela possível na semana, só restou comemorar.

Hoje ele tem a chance de ser bicampeão no mesmo circuito em que, no ano passado, tornou-se, aos 24 anos, 1 mês e 27 dias, o mais jovem campeão da F-1. E a oportunidade de se ver seu nome ao lado de pilotos como Alberto Ascari, Graham Hill, Jim Clark, Emerson Fittipaldi e Mika Hakkinen.

O espanhol aboliu qualquer tipo de atividade física para evitar uma contusão que pudesse deixá-lo de fora do grid. A cautela não se resumiu ao piloto. A Renault também preferiu se prevenir e trocou o motor do carro do espanhol depois que testes realizados na sede da fábrica, na França, mostraram a possibilidade de problemas.

Schumacher, que desde o GP do Japão dizia que havia jogado a toalha, fala que busca apenas dar à Ferrari o Mundial de Construtores – o time está nove pontos atrás da Renault.

A matemática para o alemão é bem mais complicada. Ele tem a obrigação de vencer e ainda precisa torcer para que o piloto da Renault não pontue.

Um cenário que só aconteceu uma vez nas 17 corridas deste ano. Foi na Itália, casa da Ferrari, justamente no final de semana em que Schumacher anunciou sua aposentadoria. Das 73 combinações possíveis de resultado em Interlagos, apenas uma dá o octo.

Nos 56 anos de F-1, só oito reviravoltas de campeonato aconteceram. Em nenhuma delas, porém, a desvantagem do segundo colocado na derradeira corrida do ano era tão grande como agora – dez pontos. Mas, como a categoria também só teve um Schumacher, nada que aconteça hoje será surpresa.

Na TV: GP do Brasil, às 14 horas, na Globo/ RPC.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]