• Carregando...

Madonna di Campiglio, Itália (AE) – Na sua primeira entrevista do ano como piloto da Ferrari, Felipe Massa disse ontem que "não é fácil ser piloto brasileiro na Fórmula 1, por conta da tradição do país." Todo mundo está à espera de que surja um novo campeão do mundo, como foram Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. "Meu plano este ano é conquistar o primeiro pódio e a primeira vitória. O título seria sensacional, mas meus objetivos imediatos são aqueles."

Se existe um piloto que já está sob pressão, antes mesmo de a temporada começar, dia 12 de março em Bahrein, ele é Felipe Massa. Aos 24 anos, terá de administrar a desconfortável situação de ter contrato com a Ferrari por apenas este ano. Na realidade, terá de demonstrar capacidade de permanecer na equipe até julho ou, no máximo, agosto, época em que os contatos com eventuais novos pilotos se intensificam. Ontem, no encontro promovido pela Ferrari com a imprensa internacional, em Madonna di Campiglio, demonstrou não sentir a pressão: "Fernando Alonso também disputou um campeonato pela Minardi, depois realizou uma temporada de testes como eu e, no primeiro ano em que teve um carro capaz de lhe permitir lutar pelas vitórias, foi campeão."

Massa vê semelhanças entre a sua trajetória e a de Alonso na F-1. A diferença seria que ele correu pela Sauber e não a Minardi. Sobre o espanhol, tem um ponto de visto claro: "É o melhor da Fórmula 1 ao lado de Kimi Raikkonen e Michael Schumacher."

O outro lado dessa história é se Massa fizer mesmo sucesso na Ferrari. Schumacher reiteradas vezes afirmou que se aposenta o dia que perder a disputa para o companheiro de equipe. "Todo piloto deseja ser o melhor. É o meu caso. Se um dia o Schumacher parar de correr não quer dizer que serei eu o responsável." O relacionamento dos dois é "muito bom" até o momento, conforme explica: "Desde que cheguei aqui na Ferrari, em 2003, para ser piloto de testes, sempre foi bastante atencioso comigo."

Massa dá a entender que o alemão lhe deu bem mais dicas que o amigo Rubens Barrichello. "Não tive muitos conselhos dele não." Seu contrato não estabelece a condição de segundo piloto. "Diz que devo fazer o melhor para a equipe." Confiança é o que não falta para a Ferrari reverter o mau campeonato de 2005. "Realizamos vários testes, um deles bem proveitoso, em Vallelunga, quando comparamos o ótimo carro de 2004 com o de 2005, para compreendermos melhor as necessidades aerodinâmicas do modelo de 2006. Aprendemos muito, estamos confiantes que em 2006 seremos competitivos."

Hoje é a vez de Michael Schumacher ingressar na programação do encontro da Ferrari com a imprensa. Ontem o alemão encerrou a série de três dias de testes com o motor V-8, em especial, no circuito de Jerez de la Frontera, Espanha, com o segundo melhor tempo do teste, 1min17s970 (53 voltas). A McLaren trabalhou com Pedro de la Rosa que, em razão de problemas com o motor V-8 Mercedes, usou e será assim até a estréia do MP4/21, o motor V-10. Rosa foi o primeiro, 1min15s509 (86).

Giancarlo Fisichella completou mais 65 voltas com o novo Renault R26 e fez 1min19s118, sexto tempo. Lá mesmo, em Jerez, Ralf Schumacher, treinando com a Toyota, desmentiu que Michael Schumacher poderá ser companheiro em 2007. "Ele nunca deixará a Ferrari", garantiu.

O piloto a quem Felipe Massa substitui na Ferrari, Rubinho, inicia hoje, em Jerez, sua trajetória na Honda, novo nome da BAR. A montadora japonesa é, agora, a proprietária da equipe. Rubinho treina com a Honda até sábado. Será o primeiro teste. Pilotará o modelo do ano passado, ainda com motor V-10, para oferecer à equipe dados comparativos com a Ferrari, bem como entre os pneus Bridgestone que utilizava e os Michelin que usará este ano. No Brasil, antes de viajar para a Europa, declarou: "Sinto-me entusiasmado, como se tivesse começando na Fórmula 1, mas com uma diferença, hoje tenho 13 anos de experiência."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]