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No desembarque coxa-branca no Aeroporto Afonso Pena, o ídolo Alex posou para fotos com torcedores alviverdes | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
No desembarque coxa-branca no Aeroporto Afonso Pena, o ídolo Alex posou para fotos com torcedores alviverdes| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Revelação

Alex revela que chegou a estar na mira do ‘galáctico’ Real Madrid

Marcos Xavier Vicente

Por pouco Alex não integrou o elenco galáctico do Real Madrid. Em entrevista à Gazeta do Povo, o ídolo do Coritiba revelou que quase se transferiu para o clube espanhol em 2005. Na época, o Real tinha no elenco as estrelas Ronaldo, Zidane, Figo, Beckham, Roberto Carlos e Raúl.

Naquele ano, o Real Madrid surpreendeu o mundo do futebol ao contratar o técnico brasileiro Vanderlei Luxemburgo – considerado por Alex o melhor com quem trabalhou. E era Luxemburgo, que comandou o meia na seleção e no Cruzeiro, que queria levar o camisa 10 do Coxa ao meio de campo madridista.

"Se o Luxemburgo tivesse ficado no Real Madrid [foi demitido em dezembro de 2005], abriria negociação para contratar alguns jogadores. E em algumas conversas eu sabia que seria um desses, mas ele acabou caindo", revela. Sobre "conversas", Alex se refere ao empresário Juan Figer, que então agenciava a ambos. Em 2005, Alex estava no segundo ano de Fenerbahçe e havia sido eleito o melhor jogador da Turquia ao conquistar o segundo campeonato nacional. Nos anos seguintes, se consolidou como ídolo, ganhando até estátua em frente ao estádio.

Alex garante não ficar pensando na oportunidade perdida. "Não sou do tipo que fica imaginando o que vai acontecer. Quando falaram que eu podia jogar no Real Madrid, não fiquei pensando como seria jogar com o Zidane, com o Ronaldo. Não fiquei pensando nisso, já que por alguma razão não aconteceu", afirma.

Há duas semanas, Alex postou no Instagram uma foto com Zidane, Ronaldo e Zico. "Um gênio (Zidane), um fenômeno (Ronaldo), um qualquer (eu), e o Zico (esse não tenho adjetivos para descrevê-lo). Nesse dia fiquei olhando e imaginando como esses caras conseguiam fazer o que fizeram dentro de um campo. São ETs esses três", publicou.

Na sua última semana como jogador de futebol, após 20 anos de carreira, o meia Alex fez questão de homenagear um profissional dois anos mais novo do que ele. Segundo o camisa 10, o técnico Marquinhos Santos conseguiu "agrupar o que era um bando quando ele chegou ao clube".

O treinador retornou há 20 jogos ao comando do Coxa, quando o time estava em penúltimo lugar no Brasileiro. Com um aproveitamento de 48,3%, evitou o rebaixamento com uma rodada de antecedência. Se quiser ficar, já conta com o aval do próximo presidente, independentemente de qual chapa vencer as eleições do dia 13.

"Mesmo com alguns ‘coxas’ o chamando de estagiário, terá sempre meu respeito, meu velho! Trabalha demais, é chato, metódico, convicto no que pensa", elogiou o capitão coxa-branca por uma rede social.

"Numa das maiores sacanagens que vi em 20 anos de bola, foi mandado embora ano passado. Merece todo respeito do torcedor coxa", acrescentou Alex, referindo-se a setembro de 2013. Após passar os dez primeiros jogos do Brasileiro invicto, o treinador acabou demitido junto com o superintendente Felipe Ximenes quando o time caiu de rendimento e foi eliminado da Sul-Americana pelo colombiano Itagüi.

A alegria de Alex com o desempenho da equipe também tem outra explicação. Com a fuga do rebaixamento, o meia poderá se despedir sem pressão. Mesmo ciente da necessidade de levar a sério o jogo com o Bahia, adversário ainda na briga contra o descenso.

"O legal é que agora tenho [mais] uma semana como jogador profissional, mas relaxado, sem pressão para vencer o Bahia. Espero uma atmosfera legal para me despedir do torcedor. E, principalmente, esse grupo merece se despedir, porque passou por muitas coisas", disse o capitão coxa-branca após o jogo com o Atlético-MG, domingo, no Estádio Independência.

Na mesma entrevista, Alex mostrou não esquecer a rusga com o atual presidente Vilson Ribeiro de Andrade. No ano passado, o dirigente disse que os jogadores precisavam ter vergonha na cara e evitar o rebaixamento que se desenhava.

"Esse é um grupo merecedor e, desde a entrevista infeliz do presidente diante do Criciúma, ele tem sofrido pressão. Por trás de um jogador, tem um homem, um marido, um pai, que sente. E alguns também irão sair do clube", lembrou.

"É o fim de um ciclo. E todos vão se despedir com o sentimento de dever cumprido", aposta o camisa 10, recepcionado ontem no Aeroporto Afonso Pena por cerca de 15 torcedores satisfeitos com a permanência do time na Série A.

Hoje, com uma reunião envolvendo o marketing do clube e o jogador, o Coritiba irá definir como será a festa de despedida.

Eleições

O pleito no Coritiba está dividindo ex-jogadores do clube em dois grupos. Cláudio Marques, Jairo e Gerson Dall Stella já afirmaram que estão do lado da situação, presidida por Vilson Ribeiro de Andrade. Já Serginho Cabeção, Rafael Cammarota e Toby apoiam a oposição, presidida por Rogério Bacellar. Do atual elenco, o único sócio é o meia Alex. Mesmo com a esposa entre os integrantes da chapa da oposição, o jogador prefere não declarar o seu voto.

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