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Se o colorado Leonardo Teles, 18 anos, tivesse imaginado que as provas de recuperação do colégio seriam justamente no dia e horário da estréia do Internacional no Mundial de Clubes, teria estudado um pouco mais para evitar o exame. Agora, o jeito é tirar a cabeça do Japão e se concentrar no teste final de Língua Espanhola, que começa às 8h desta quarta-feira, 20 minutos antes de seu time do coração iniciar o duelo histórico contra os egípcios do Al-Ahly.

Será uma manhã complicada para o aluno do Colégio Batista de Porto Alegre. Tudo bem, a prova é importante, mas será que é possível manter o foco nas questões sabendo que o Inter está em campo?

- Nem consigo estudar direito. Durante o teste, vou ficar pensando só no jogo. Vou responder tudo correndo, daí de repente eu consigo ver o segundo tempo - confessa Leonardo.

O jovem sintetiza a situação de muitos torcedores gaúchos. Nesta quarta, a metade vermelha do Rio Grande do Sul estará parada diante da TV torcendo pelo Inter. E a outra metade, a azul, fará o mesmo, só que vibrando pelo time do Egito. Por isso mesmo que muitas empresas decidiram flexibilizar o horário de trabalho. Na Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), os funcionários têm duas opções: ou assistir ao jogo em casa e ir trabalhar na seqüência, ou se dirigir à empresa e acompanhar o confronto em um telão, ao lado dos colegas.

O analista de sistemas João Cláudio Capelari Júnior, 24 anos, preferiu a primeira alternativa.

- Vou acordar uns 20 minutos antes, ir correndo na padaria para comprar um café da manhã especial e me acomodar no sofá - antecipa. - Faz 24 anos que escuto 'flauta' dos azulzinhos. Mas agora estou otimista, até porque temos 'the duck' - brinca o colorado, em referência ao garoto Alexandre Pato.

Em uma empresa de restauração de livros localizada em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre, os cinco funcionários trabalharão diante de um televisor. O chefe não tinha outra alternativa, já que ali o Inter vence o Gre-Nal de goleada: são quatro colorados contra um gremista. Tiago Maino Pinheiro, 26 anos, integra o quarteto que anseia pelo jogo. É tanta expectativa que ele chegou ao ponto de fantasiar que fazia parte da equipe titular.

- Sonhei que chegava no Japão e pedia uma chance pro Abel. Do meio para a frente, o time ficou assim: Alex, Fernandão, Pato e Tiago - lembra o torcedor, que tirou Iarley do time no sonho.

- Ele joga na minha posição. Não podia fazer nada - contemporiza.

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