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Entenda como é realizado o procedimento |
Entenda como é realizado o procedimento| Foto:

Todos apontam que será o futuro, mas fazem questão de afirmar que não será a solução para a medicina mundial. Quando o assunto é o tratamento utilizando o Plasma Rico em Plaquetas (PRP), uma das únicas certezas é que a técnica está hoje na lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidopagem (Wada).

O PRP consiste em retirar do atleta uma pequena quantidade do seu sangue, centrifugá-lo e depois injetar no mesmo jogador, no local contundido, apenas as plaquetas para regenerar a lesão ortopédica.

Os resultados têm se mostrado animadores, com os corintianos Elias e Ronaldo já tendo admitido o seu uso, por exemplo. No caso do primeiro, o tempo de recuperação, previsto em dois meses, transformou-se em dez dias.

Mas, diante das incertezas de onde e como pode ser utilizado, a Wada proibiu a injeção diretamente dentro do músculo. Po­­rém, há uma brecha, como consta no site da instituição. "Outras vias de administração (injeção em outros lugares) exigem uma declaração de utilização de acordo com a Norma Internacional de Isenções para Uso Terapêu­­tico". E é exatamente nisto que o médico da seleção brasileira, José Luís Runco, baseia-se.

"Utilizamos esta técnica há algum tempo na seleção brasileira, dentro de uma avaliação apurada. Consideramos normal, desde que o atleta assine um documento estando ciente do procedimento", afirmou ele.

Especialistas também opinam sobre o novo método. "Tem a vantagem de ser seguro, pois utiliza algo que já é do corpo do atleta. Todas as clínicas estão utilizando em alguns casos, mas não é a solução de todos os problemas", avisou Carlos Stierling, médico do hospital Alemana, do Chile, um dos convidados do 1.º Congresso de Medicina do Futebol, realizado em Curitiba. "Dentro da declaração de uso que está sendo dedicada, os re­­sultados são positivos", complementou Osvaldo Pan­­grazio, mé­­dico da seleção paraguaia.

Entre os médicos de Coritiba, Paraná e Atlético, o conhecimento sobre o PRP é grande, entretanto, a utilização depende de cada um. Segundo Lúcio Ern­­lund, coordenador do departamento médico do Coxa, o fato de a técnica ser proibida pela Wada faz com que nunca tenha sido usada entre os alviverdes. "Há casos com resposta de sucesso e outros que não tiveram reação. Por não ter todas as respostas científicas ainda, a entidade, para se proteger, afirma que é proibido", explicou.

Mohty Domit, diretor médico do Tricolor, afirmou que ainda não houve necessidade do uso da PRP. "As melhores indicações são para lesões no cotovelo, tendinite patelar e lesões musculares extensas", argumentou. "Hoje há um excesso de indicações do PRP, algumas em fase de experimentação. Toda revista médica fala sobre o assunto. Virou moda e assim não dá para fazer nada na medicina", complementou.

Já o responsável pelo de­­par­­tamento médico atleticano, Edilson Thielle, é da mesma opinião sobre o problema da PRP ser utilizado como "a so­­lução de todos os males". O médico assume que já utilizou a técnica algumas vezes, sem revelar os nomes dos atletas beneficiados, depois de fazer uma carta para o órgão regulador argumentando o motivo de a técnica ser usada. "Tem de ter cuidado e bom senso. Não é o milagre da me­­dicina", reforçou.

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