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Michel Bastos se recupera de cirurgia no joelho no CT do Caju: meia diz se sentir frustrado por não ter feito mais ao Furacão | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Michel Bastos se recupera de cirurgia no joelho no CT do Caju: meia diz se sentir frustrado por não ter feito mais ao Furacão| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Michel Bastos despontou para o futebol como lateral-esquerdo do Atlético. Mas quando foi convocado para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, há cinco anos não jogava na posição. Desde que se transferiu para o futebol francês, onde atua pelo Lyon, o jogador atua de meia-atacante.

Em Curitiba para recuperação de uma cirurgia no joelho feita pelo diretor-médico do Atlético, Edilson Thiele, Bastos afirma que a opção do técnico Dunga em escalá-lo de lateral com o pouco tempo para readaptação o prejudicou. "Cheguei à seleção disputando apenas cinco jogos antes da Copa, em uma posição que não jogava há cinco anos", defende-se. "Tenho certeza de que ninguém pode apontar o dedo para mim e dizer que prejudiquei a equipe", garante.

Sobre o Atlético, o jogador diz ter gratidão e se sentir triste por não ter conseguido fazer mais pelo clube.

Até quando você pretende atuar na Europa?

Tenho contrato até 2013 com o Lyon [França], mas tenho algumas coisas encaminhadas. Há uma grande possibilidade de eu ir para Inglaterra, Espanha ou Itália no fim da temporada. Um clube grande. A realização de um sonho.

O que vem à sua mente quando se lembra de suas passagens pelo Atlético?

Eu devo demais ao Atlético. Tive duas passagens um pouco conturbadas. Na última, inclusive, houve uma discussão forte com o [Mario Celso] Petraglia [então presidente do clube]. Mas não existiu agressão, como se falou na época. Discutimos por causa de um problema de relacionamento com um médico que já não está mais no clube. Para mim, ele não jogava limpo comigo, escondia muitas coisas. Estava me prejudicando muito na minha recuperação. Tive uma discussão com esse médico e o Petraglia me chamou para conversar. Nós dois estávamos nervosos e discutimos. Só isso. Tanto que depois eu fui acertar a minha rescisão para ir para a França no escritório do Petraglia e ele me desejou boa sorte.

Você pretende voltar ao Furacão?

Voltaria, mas só daqui a uns cinco anos. Hoje tenho 27 anos e outra cabeça. Cheguei aqui com 20, era um moleque um pouco problemático. O torcedor tem direito de cobrar e dizer que eu não fiz muito pelo clube, porque eu não fiz mesmo. É um arrependimento que eu tenho, não vou mentir, de não ter conseguido fazer a torcida do Atlético feliz. Hoje é totalmente diferente, sou um pai de família, tenho esposa e filho. Pelo que o Atlético fez por mim, eu sou atleticano. Se um dia eu tiver a oportunidade de retribuir, eu gostaria muito de voltar a vestir a camisa deste clube.

Você já estava sentindo dores quando disputou a Copa da África do Sul?

Não. O joelho bloqueava e me incomodava bastante. Isso [as dores] vem acontecendo há um mês e meio, só que nos últimos tempos era praticamente a toda hora. Então, eu decidi fazer a cirurgia.

Aquele jogo contra a Holanda, pelas quartas de final da Copa, ainda martela na sua cabeça?

Claro que fica um pouco, mas faz parte do passado. Jogar uma Copa é maravilhoso.

O que aconteceu naquela partida?

A gente fez um primeiro tempo muito bom. Eu entrei no vestiário dizendo que íamos passar e, se passássemos, seríamos campeões. No segundo tempo, as coisas mudaram. Em uma Copa do Mundo, o mínimo detalhe faz muita diferença. Foi o que aconteceu. Hoje criticam o Dunga e o Felipe Melo, mas todos nós fomos responsáveis pela derrota. Futebol é assim. A gente fez um bom primeiro tempo e um mal segundo tempo e acabou perdendo.

Como você avalia seu rendimento no Mundial?

Tenho certeza de que ninguém pode apontar o dedo para mim e dizer que o Michel prejudicou a equipe. Lógico que quem conhece o meu futebol pergunta por que eu não fui mais ofensivo, não avancei mais. Só que eu cheguei à seleção disputando apenas cinco jogos antes da Copa, em uma posição na qual não jogava há cinco anos... Hoje eu sou meia-atacante. Queria fazer o melhor para a seleção, não prejudicá-la. Foi o que aconteceu. Se eu tivesse, antes da Copa, mais uns 10, 15 jogos, eu estaria mais liberado, com confiança para poder fazer o algo mais. Mas no todo foi positivo, pois são 10 jogos, com 9 vitórias e 1 derrota. Uma derrota na hora errada, mas acho que a minha passagem até agora pela seleção é bastante positiva.

Você acredita que ainda terá outra oportunidade na seleção?

Qualidade eu tenho. Se voltar, espero jogar na minha posição. Eu quero jogar 2014, mas antes tem a Copa América e primeiro visualizo isso. Na Copa do Brasil eu já vou estar meio velhinho, faço 28 neste ano. Mas no futebol as coisas acontecem muito rápido. Como ainda tem tempo, quem sabe?

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