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Nos tempos de menino, em Belo Horizonte, ele sonhava em ser um goleiro profissional. Magro e alto, esteve perto do objetivo ao vestir a camisa 1 do Villa Nova, de Nova Lima. Tudo ia bem, até que um dia o seu pai lhe chamou de canto e disse a real: "Você até que é um bom goleiro. Mas está longe de ser excelente. Insistir na carreira assim é ilusão..." A verdade, difícil de engolir, foi aceita pelo jovem de 16 anos.

Ao mesmo tempo, um professor o incentivou a fazer um curso de árbitro. Afinal, quando o guri não estava debaixo da trave, ele organizava campeonatos e apitava jogos na escola. Levava jeito para a coisa. "E foi assim que comecei. Meio por acaso, mas logo me descobri na profissão", conta Ricardo Marques, 30 anos, o árbitro que apitou a final da última Copa do Brasil.

Em 2004, mesmo ano em que se formou como jornalista, Marques ingressou no quadro da CBF. A conquista maior lhe chega em 2009. No dia 5 de janeiro, o celular tocou quando ele abastecia o carro ao lado do pai. Pelo telefone, um amigo lhe deu os parabéns, contando que acabara de ver o nome dele na internet, admitido na lista de árbitros da Fifa. "Seu filho agora é internacional!", disse Marques ao pai, em meio a um longo abraço.

Se por um lado os ganhos duplicaram (a CBF paga cerca de R$ 1,5 mil por jogo; pela Fifa são R$ 2,8 mil), a responsabilidade quadruplicou, opinou Marques. Para o bem e para o mal, ele também viu surgir a fama. Em Belo Horizonte, é reconhecido nas ruas e algumas pessoas até lhe pedem autógrafos. "Hoje represento o meu estado na arbitragem internacional. Isso tem um peso e é importante pra mim. Mas não chego a ser um ídolo. Para o torcedor, sempre somos os carrascos", diz Marques, resignado, mas com bom humor. Como goleiro, ele nunca chegaria tão longe. (FCC)

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