Mítica La Bombonera caminha para ter grama sintética e papel estratégico

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Um dos estádios mais emblemáticos da América Latina, o La Bombonera, do Boca Juniors, pode ser aposentado em breve. Isso se os planos do atual presidente do clube, Daniel Angelici, de construir um novo estádio para 80 mil torcedores, saírem do papel.

Caso uma nova estrutura fosse mesmo levantada, o místico local não seria abandonado. La Bombonera poderia receber um gramado sintético, a exemplo da Arena da Baixada, e seria utilizado por categorias de base e equipe reserva. Com o gramado artificial, também estaria apto a receber shows.

A estratégia de piso artificial é exatamente a mesma do Atlético-PR no Joaquim Américo, abrindo assim possibilidade de usar o estádio para eventos com economia substancial na manutenção do local.

O presidente defende a posição de uma nova construção. ”Pessoalmente, há muito tempo estou convencido que deveria ser construído um novo estádio. Eu viajo e vejo outros pelo mundo, sei que é o melhor”, declarou em setembro, em entrevista ao jornal argentino Clarín.

No entanto, essa ideia causa polêmica e divide a torcida e dirigentes do clube argentino. Em agosto, Angelici confirmou que o Boca possui mais de 190 mil sócios, divididos em diversas categorias, e o estádio atual comporta apenas 49 mil espectadores. Quem tem lugar garantido, é contra mudança. Já quem está de fora, é a favor.

Dentro do clube, outras possibilidades são consideradas, como uma reforma. Ao longo das décadas, diversas propostas foram apresentadas. A mais recente, do final de agosto, consta uma reforma que removeria o setor de imprensa e tribunas, colocando mais uma arquibancada e um novo anel, totalizando 64 mil lugares na Bombonera. O projeto custaria U$ 50 milhões (aproximadamente R$ 190 milhões), e contaria com a aquisição de alguns terrenos nos arredores do estádio.

Procurado, o Boca Juniors confirmou que a reforma do La Bombonera é uma das prioridades. O motivo mais relevante é justamente pela grande quantidade de sócios que ficam de fora das principais partidas, como a semifinal da Libertadores que aconteceu no último dia 24, com vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras. A possibilidade de um novo estádio é considerada, porém deve continuar no mesmo bairro do atual, o La Boca.

Independente de qual será a decisão tomada, Angelici garante que a palavra final será dos sócios. “Sou o presidente do clube e não o dono, não sou eu que decido. Temos que concordar em uma ideia com todos os grupos [de dirigientes do Boca] e a resposta final será do sócio”, justificou.