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Casillas, goleiro da Espanha, durante treino no Maracanã | Oliver Weiken/EFE
Casillas, goleiro da Espanha, durante treino no Maracanã| Foto: Oliver Weiken/EFE

Aniversário

Espanha celebra 5 anos de hegemonia no futebol mundial

A Espanha comemorou, ontem, o quinto aniversário do título da Eurocopa-2008, conquistado sobre a Alemanha. O início de um domínio do futebol mundial que, hoje, pode ter um capítulo mais especial que os próprios espanhóis imaginavam: uma final contra o Brasil, dentro do Maracanã, valendo o único título que escapou dessa geração.

"Me agrada muito jogar uma final contra o Brasil, no Brasil, dentro do Maracanã. O Brasil é a melhor seleção da história e enfrentá-los será uma noite especial. Se fosse para escolher uma partida, seria essa", afirmou o meia Xavi, que vê esse cenário como fascinante e, ao mesmo tempo, um fator de equilíbrio para o jogo. "Concordo com Scolari. Está 50 a 50 [chance de vitória]. Os brasileiros jogam em casa, têm um bom equilíbrio ofensivo e defensivo, o técnico trabalha muito bem o sistema tático", explicou.

Para Vicente del Bosque, a final será uma festa em que a Espanha sabe o tamanho da sua responsabilidade como campeã mundial e líder do ranking da Fifa. "Viemos de uma temporada muito longa, há muito cansaço, mas o estímulo é muito grande", comentou.

Del Bosque não confirmou o time para a final, mas disse que não deve haver grandes mudanças. A alteração mais provável é o retorno de Césc Fàbregas, como um falso 9, no lugar do meia Juan Mata.

As duas últimas Eurocopas e o Mundial de 2010 terminaram com a mesma cena: Iker Casillas, em meio a um festivo time espanhol, erguendo a taça de campeão. Hoje, no Maracanã, o goleiro pode repetir o ritual com o único grande título que falta à seleção que há cinco anos domina o futebol internacional. A conquista menos importante da Roja, mas com um significado especial para o seu capitão.

Casillas passou 135 dias sem disputar uma partida, entre fevereiro e junho deste ano. Resultado de um desentendimento com José Mourinho, que usou uma fratura na mão do jogador como pretexto para mandá-lo para o banco do Real Madrid e deu início a uma crise que extrapolou o clube merengue e atingiu a seleção espanhola.

Xavi acusou publicamente o técnico português de tentar desestabilizar o ambiente na Roja. Alvaro Arbeloa teve de explicar, assim que se apresentou para a Copa das Confederações, por que publicou na internet uma foto de despedida com Mourinho e sua comissão técnica. Vicente Del Bosque evocou o histórico de Casillas na seleção – 147 partidas e a titularidade nas conquistas mais importantes – para defender sua permanência na equipe mesmo não sendo titular no Real. "Tem de se proteger os mitos", dizia o treinador na fase de preparação.

A proteção, na prática, foi colocar Casillas aos poucos nos amistosos. Depois estabelecer um rodízio na primeira fase, com um jogo para ele, outro para Reina e o terceiro para Valdés. E, por fim, confiar a ele a defesa do gol espanhol na semifinal. Uma atuação soberana de Casillas contra a Itália, que salvou a Roja nos 90 minutos e levou a disputa para os pênaltis.

"Chorei, sofri, passei mal, houve várias noites em que dormi pouco e mal. Recuperei a felicidade. A verdade é que ninguém está habituado a viver em um lugar que não conhece. Não foi fácil, mas, depois de quebrar o gelo, sou outro Iker Casillas", afirmou.

Um Casillas novo, disposto a completar a redenção com um troféu em um estádio que toda a seleção espanhola considera especial. E em uma condição inédita dentro da trajetória vitoriosa do goleiro e de sua equipe.

"Os brasileiros mostraram muita qualidade ofensiva, fizeram muitos gols. Contam com toda a sua torcida e o que está no entorno. Vamos enfrentar o Brasil e o Maracanã. Todos vão jogar contra a Espanha", afirmou o capitão, ansioso por completar a volta por cima com a cena mais comum dos últimos torneios de seleções.

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