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O presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Moura, decidiu criar um novo tributo para fomentar à iniciação esportiva no estado. Uma espécie de fundo financeiro – mas exclusivamente bancado pelos clubes.

Desde a semana passada, ao ser efetuada qualquer transferência de jogador, a entidade ficará com 1% do valor total envolvido na negociação. De acordo com o texto da resolução, o dinheiro será destinado à manutenção de um calendário para as categorias de base.

Mas mesmo se apoiando em uma "boa causa", esse ônus tarifário não parece agradar aos contribuintes. O Coritiba, por exemplo, por causa da venda (valor declarado) por R$ 14,7 milhões do lateral Rafinha ao Schalke 04, já contabiliza uma despesa de R$ 147 mil.

"Sou contra a criação de novas taxas, mas tenho de cumpri-la. Eles nos cobram 5% da renda dos jogos para essa finalidade e não há contrapartida para os clubes. Agora mais essa... Vamos torcer para que apliquem bem", diz Giovani Gionédis, presidente do Coxa.

Situação idêntica vive o Paraná. A transação envolvendo o atacante Borges – pelas cifras referentes à multa rescisória de R$ 3,6 milhões – deve deixar para o cumprimento da nova norma R$ 36 mil.

"Não tenho uma opinião formada sobre a legalidade disso. Encaminhei toda essa história para uma melhor análise do nosso departamento jurídico. Trata-se de mais um imposto. Onerar nunca é bom", comenta José Carlos de Miranda, presidente do Tricolor.

Discurso semelhante apresenta o atleticano João Augusto Fleury da Rocha. O dirigente vê com ressalvas essa medida, mas prefere a cautela antes de qualquer crítica.

"Fico um pouco inibido em falar, pois não vi o texto que regulamenta esse fundo. No entanto, precisamos ver se há competência e legitimidade para se criar unilateralmente essa política. Talvez deveria haver uma assembléia geral entre os clubes", sugere.

Diante das possíveis reclamações, Moura promete mostar a curto prazo que essa tarifa nos direitos federativos dos atletas foi uma medida acertada. "Todos vão gostar", assegura. "No dia 26 de setembro iremos mostrar um projeto para o futebol de base. Lançaremos, inclusive, um site para divulgar os jovens talentos do estado."

O homem-forte do futebol paranaense garante que antigamente tinha-se como prática cobrar 3% pelas transações. Ao abandonar essa arrecadação, tornou-se regra exigir que a associação responsável pela aquisição (e não aquele que dispõe) do atleta arcasse com um valor tabelado entre R$ 250 e R$ 700.

"Fizemos uma planificação dos custos com pré-mirim até o júnior e vimos a necessidade de tomar essa medida. Queremos criar torneios e isso exige estrutura e verba. Os grandes times da capital têm receita e estrutura para sobreviver, mas os do interior ainda não conseguem isso", reforça Moura, sugerindo que irá criar em breve torneios nacionais para os amadores.

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