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A final do Campeonato Paranaense não terá este ano uma figura quase infalível nas duas últimas décadas. Preso, o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Moura, se limitará a acompanhar por um radinho uma decisão inédita no principal torneio comandado pela entidade por ele presidida (pelo menos no papel).

Ao presidente interino, Jorge Dib Sobrinho, incumbirá a missão habitual de Moura de entregar a taça, ou as medalhas, ou cumprimentar e posar ao lado dos vencedores da edição 2006.

O dirigente foi preso no último dia 13, acusado de formação de quadrilha, falsidade ideológica e de sonegar R$ 3,2 milhões em tributos federais referentes a duas casas de bingo em Ponta Grossa. Após passar oito dias na carceragem da Polícia Federal, ele foi transferido para o Centro de Observação e Triagem, junto à Previsão Provisória do Ahú.

A mudança permitiu um acompanhamento melhor do Estadual. Na PF, onde dividia cela com outros detentos (sem curso superior, ele não tem direito a prisão especial), só sabia dos resultados graças à boa vontade de um carcereiro. Agora, colocado numa cela individual, pelo menos conseguirá ouvir os lances e a festa de Paraná ou Adap.

"Os presos têm direito a rádios. Ele até poderia pedir a autorização para assistir à partida pela tevê. Mas prefere evitar que o acusem de ter regalias. Deve ouvir apenas, como fez na semana passada", comentou o advogado dele, Vinícius Gasparim, seu porta-voz e elo com o mundo exterior. Nessa fase das investigações (oitiva de testemunhas), não é permito nenhum contato, nem mesmo com a família.

Chateado e abatido, segundo relatou Gasparim, Moura teria definido a final deste ano como "bonita e surpreendente". "Ele está triste por não poder acompanhar esse grande momento, no qual sempre esteve presente. Mas ficou feliz pelo crescimento do futebol do interior, que mostrou força com a Adap, o Rio Branco e outros clubes. E também pelo Paraná, com chance de ser campeão após nove anos", contou o advogado.

A defesa de Moura aguarda o julgamento do mérito do habeas-corpus impetrado na Justiça Federal de Porto Alegre. Não há previsão de quando isso vai ocorrer. Uma liminar já foi negada.

Na quinta-feira, o ex-deputado federal cassado completará 30 dias na prisão, mesmo período em que ficou preso em 2000.

À época, foi acusado de não ter recolhido parcelas ao INSS, em razão de desvio de valores recebidos em borderôs, num total de R$ 500 mil. A Justiça o condenou há 4 anos e 2 meses de prisão. No texto da sentença, o juiz Nivaldo Brunoni, da 2.ª Vara Criminal Federal, escreveu que o dirigente "tem uma personalidade voltada ao delito". Posteriormente o processo foi trancado e Moura, solto.

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