Rio de Janeiro - A escolha do Rio como sede da Olimpíada-2016 levará a cidade receber US$ 14 bilhões (cerca de R$ 28 bilhões) em investimentos públicos, privados e do comitê organizador. A conta é de um estudo da Fundação Instituto de Administração/USP e considerou R$ 2 por dólar como paridade. Esses investimentos diretos vão gerar uma movimentação financeira total de R$ 51 bilhões nas diversas cadeias de fornecedores de obras, serviços e outras demandas dos Jogos.
O estudo sinaliza que os setores de construção civil, serviços imobiliários e aluguel, serviços prestados a empresas, petróleo e gás, serviços de informação e transporte, armazenagem e correio serão os que mais se beneficiarão.
A estimativa aponta para uma geração de postos de trabalho de cerca de 120 mil ao ano até 2016. O Rio será o maior beneficiado. Mas o resto do país também sentirá os efeitos dos Jogos. Pelos cálculos da FIA/USP, o impacto global no PIB é estimado em US$ 11 bilhões (R$ 22 bilhões) até 2016. Desse total, 42% serão absorvidos fora do Rio.
O estudo estima que para cada dólar investido nos Jogos a iniciativa privada colocará outros US$ 3,26 nas cadeias produtivas ligadas ao evento hotéis, companhias áreas, construção civil e outras.
Para o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, que coordenou o estudo, os dados revelam que o retorno é alto e que não "há contradição entre investir nos Jogos e investir em escolas e hospitais".
As empresas já sentiram, ontem, os efeitos da escolha do Rio. As ações de companhias aéreas subiram bem. As da TAM avançaram 3,91%, e as da Gol, 3,14%. Apesar de pouco negociados, os papéis dos Hotéis Othon subiram 77,78%.
Em outra análise, desportistas, clubes formadores de atletas, confederações nacionais, federações estaduais e o Conselho de Educação Física pedem que os Jogos sirvam de impulso também para a promoção do esporte de base. "É mais do que claro e visível que a verba atual é insuficiente", argumentou o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, João Tomasini. A verba para cada confederação varia entre R$ 800 mil e R$ 2,5 milhões por ano dependendo dos resultados das modalidades.
Para o governo federal, a Olimpíada servirá de catalisador para uma série de ações que beneficiarão o esporte. Um instituto gestor de centros de treinamento do país operará no Rio. A Agência Nacional Antidoping também ganhará impulso.
Para a cidade, o investimento prometido é abaixo do necessário para o transporte público, por exemplo. Com os R$ 8,9 bilhões destinados ao setor, os benefícios serão limitados. Apesar de amenizar o problema da Barra da Tijuca, as obras deixarão a populosa zona oeste de lado são 2 milhões de habitantes.
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