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Nelson Ferri faz seu último treino no Barigui antes da São Silvestre: horário comum para quem corre sempre | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Nelson Ferri faz seu último treino no Barigui antes da São Silvestre: horário comum para quem corre sempre| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Na TV

Corrida de São Silvestre, às 8h30, na RPC-TV.

Elite

Desde 2006 o Brasil não vence a versão feminina da São Silvestre. A favorita a quebrar o jejum é a alagoana Marily dos Santos, 34 anos, líder do ranking nacional de corridas de rua. No masculino, a maior esperança brasileira é o mineiro Giovani dos Santos, 31 anos. Os favoritos, novamente, são quenianos: Rumokol Chepkanan e Maurine Kipchumba entre as mulheres; Mark Korir e Joseph Aperumoi entre os homens.

A tradicional Corrida de São Silvestre chega, hoje, à sua 88.ª edição em novo horário. A prova, que até 1988 marcou as noites de réveillon e mais recentemente vinha entretendo as tardes do último dia do ano, terá uma grande mudança em sua programação: será realizada, pela primeira vez em sua história, no período da manhã, a partir de 6h50. Contrariando alguns conservadores, que acreditam que a prova irá perder o seu "charme", os atletas veem esse novo horário como um acréscimo ao evento, agora com ponteiros ajustados ao das grandes provas de rua do mundo. Maratonas como as de Boston, Nova York, Berlim e Londres também abrem sua programação logo após o nascer do sol.

Para o veterano Nelson Ferri, 63 anos, que completa 20 anos de prova, a alteração contribui no desempenho principalmente por deixar de lado os riscos que os horários das edições passadas ofereciam aos participantes que enchiam as ruas de São Paulo.

"Para os corredores de verdade, esse horário é comum, já que as corridas são sempre pela manhã. Melhorou muito agora, porque à tarde é muito desgastante e à noite é complicado, porque não tem a iluminação perfeita, o que torna a pista perigosa", diz.

O engenheiro agrônomo Paulo Chedid participa pela segunda vez da prova e destaca a preferência pelo novo horário. "É melhor para quem pratica corrida. Na verdade, acho que poderia ser mais cedo (a largada da elite masculina está marcada para 9 horas; a feminina, 8h30). O bom mesmo seria se ela voltasse ao horário que era antes, tradicionalmente à noite".

Roberto Sarli Júnior, 52 anos, participa há 28 anos da São Silvestre e já correu nos três horários. O administrador paulista, que todo ano se caracteriza como um personagem que marcou o ano e hoje estará vestido como o bicheiro Carlinhos Cachoeira, reforça que a modificação será benéfica principalmente por reduzir o desgaste físico dos competidores.

"Quando era de noite, o clima era melhor para o atleta, sem sol e sem calor. Já quando passou para a tarde, o grande problema era a prova feminina, que começava às 15 horas. O sol era forte, deixando o asfalto quentíssimo, logo o desgaste era outro. Agora, sendo de manhã, o desgaste com certeza será menor do que quando era às 17", afirma.

O treinador Moacir Marconi, o Coquinho, preparou um grupo de dez corredores africanos para a prova em Nova Santa Bárbara, no norte do Paraná. Para o técnico, a mudança no cronograma veio de encontro ao interesse dos corredores. "Esse foi um pedido de muitos atletas. Para a minha equipe, não representou nenhuma diferença na preparação. Eles ficaram até muito felizes, já que grande parte das corridas no mundo é de manhã".

Segundo os organizadores da prova, a mudança do horário tem como principal objetivo evitar confusões na Avenida Paulista (que retorna ao percurso) entre a realização da prova e os preparativos da tradicional festa que acontecerá hoje na região. Além disso, alega-se que muitos participantes requisitaram essa alteração em função das comemorações de final de ano, que grande parte deles passa longe de seus familiares.

Primeira vezEstreantes admitem frio na barriga com glamour e desafios da prova

Cerca de 25 mil corredores inscreveram-se para participar da São Silvestre desse ano. E como em todas as edições, entre esses atletas é possível encontrar membros da elite, esportistas amadores e muita gente que entra na prova, que fecha o calendário esportivo, apenas pela festa. Em Curitiba, um grupo de corrida se preparou para dar os primeiros passos nas ruas de São Paulo. Entre eles, os sentimentos e objetivos na estreia são os mais diversos.

"É uma situação nova para mim, com o glamour que tem essa prova". É assim que a analista de informática Vera Lúcia Reis, de 50 anos encara o desafio. Para ela, o importante não é o tempo e nem o desempenho, mas sim a diversão. "Vale a título de participação. Por [a prova] ser reconhecida internacionalmente, é ótimo para o currículo".

O engenheiro mecânico Marco Aurélio Pereira compartilha dessa meta. Para o estreante, o que vale é a experiência de correr a prova de rua de maior destaque no Brasil. "Eu espero encontrar uma prova organizada, com pessoas de todos os lugares do país, com os mais diversos conhecimentos. Além, é claro, do espírito de festa e de alegria, afinal é o último dia do ano. Vai ser para se divertir", conta.

Já o corredor Renildo Batista diz estar apreensivo com a novidade e com o que encontrará em São Paulo. "É uma coisa nova para mim. Mas estou com os pés no chão, sabendo que não vou chegar sendo o melhor, mas vou fazer o meu melhor". Sua expectativa maior é quanto à projeção que a prova lhe dará dentro do atletismo. "Ela vai me dar outra conotação, e vou ter facilidade de me destacar como atleta, e quem sabe conseguir um patrocínio", planeja.

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