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Florianópolis – Sol, ondas no mar e mulheres bonitas na areia. O cenário das etapas internacionais de surfe no Brasil foi assim até a semana passada, mas está começando a mudar com o início do Costão Pró Floripa – a quinta etapa do World Qualifying Series (WQS) feminino.

Pela primeira vez em uma perna mundial realizada no país as meninas não são apenas atração pelos seus atributos físicos, mas pelas manobras dentro da água. Junto da competição masculina está ocorrendo a disputa de uma etapa da Divisão de Acesso do feminino. Um fato até então inédito, que promete fazer crescer a prática do esporte entre as mulheres brasileiras.

Não que o surfe feminino seja algo novo no Brasil. Existe há quase tanto tempo quanto o masculino. Os campeonatos nacionais também já são disputados. Mas só agora a América do Sul começa a entrar no circuito mundial. O primeiro ensaio ocorreu no ano passado, em Ásia, no Peru. Nesta semana, chegou a vez do país.

"Nunca tivemos uma disputa entre as tops aqui, pois o país não tinha expressão. Eram poucas meninas praticando e poucas surfando bem", explica Roberto Perdigão, que desde 1992 é o diretor regional da Associação dos Surfistas Profissionais (ASP).

Fundador da Associação de Brasileira de Surfe Profissional, da associação dos amadores e participante de várias iniciativas, com a criação do Super Surf (o campeonato nacional da modalidade), por exemplo, Perdigão é praticamente sinônimo de surfe no Brasil. Um currículo que dá credibilidade à sua afirmação de que a prática da modalidade entre as garotas deve ganhar impulso no país.

"Antes, se fôssemos fazer um campeonato só com mulheres, apareceriam poucas. Se fosse amanhã, tenho certeza de que umas 200 se inscreveriam", estima.

A opinião é compartilhada pela catarinense Jaqueline Silva, há dez anos no circuito mundial, que só agora está "correndo" uma etapa em casa. "Um evento desse porte atrai a atenção. Vai mostrar para as meninas que o sonho pode se tornar realidade", diz.

Mesmo assim, a top brasileira vê uma enorme distância quando se compara aos homens. "Ainda falta muito. Eles estão muito além. Para nós tudo é menor."

Amanhã, Jaqueline vai disputar as quartas-de-final. No primeiro dia, a brasileira teve a melhor média (17,67). Já a única paranaense na competição saiu na segunda fase. Bruna Schimitz passou na primeira bateria, mas ficou em último na etapa seguinte.

O jornalista viaja a convite da Associação dos Surfistas Profissionais.

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