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Pela primeira vez na história o Brasil irá sediar uma etapa do Campeonato Mundial de Match Race – a Fórmula 1 do iatismo. E pela primeira vez, um curitibano estará na disputa contra os mais renomados velejadores do mundo.

Daniel Glomb, de 25 anos, terá a responsabilidade de, entre os dias 14 e 19 de março, em Angra dos Reis, representar o Brasil e ocupar o papel que muitas vezes já foi do bicampeão olímpico Torbel Grael.

Mas assim como o convite inesperado, uma vitória entre os 12 barcos na disputa ainda não é considerada pelo paranaense uma possibilidade real. Contudo, para quem, em apenas dois anos, entre 1.500 velejadores, chegou ao atual 81.º lugar do ranking, nada parece impossível.

"Chegar aqui já é um feito para mim. Sei que há uma responsabilidade grande, mas sabemos que, mesmo não ganhando, será uma experiência incrível", diz Glomb, comandante de um barco que contará com mais quatro velejadores.

Criado com o objetivo de popularizar o iatismo, o match race se caracteriza como uma das competições marítimas mais emocionantes. Cada prova é disputada por apenas dois barcos, que percorrem um circuito fechado, demarcado por bóias.

Mas ao contrário do que se imagina, a melhor parte ocorre antes da corrida, na chamada pré-largada. É quando as embarcações ficam por cinco minutos em um espaço reservado tentando se posicionar para a partida – o restante da prova dura em média 15 minutos.

"Quem sai na frente quase sempre é o vencedor. Por isso largar bem é fundamental", afirma Daniel, que resume o seu treinamento apenas a este fundamento.

Outras característica do match race é a premiação, sempre em dinheiro, e os barcos, cedidos pela organização e sempre diferentes a cada etapa. Nos dois pontos, o principal motivo para Glomb abandonar a vela olímpica. "É mais barato e menos trabalhoso", conta.

Por enquanto, para quem entrou mesmo despretensioso, a caminhada no match race tem sido das mais positivas para o paranaense. Além de ser campeão sul-americano da modalidade, Daniel acumula outros bons resultados como vice em uma etapa da Polônia e quarto no Cairo.

Contudo, daqui para a frente as dificuldades só tendem aumentar. Para virar um participante assíduo do Campeonato Mundial, terá de chegar entre os dez primeiros do ranking, o que deve demorar pelo menos três anos.

"Como esta etapa é no Brasil, fui convidado por ter sido um dos velejadores que mais posições ganharam no ranking no ano passado. Mas para disputar todo o circuito teria de chegar entre os dez", conta Glomb, que no ano que vem tem um objetivo realista: chegar entre os 50 do mundo.

Mas o Campeonato Mundial não é o degrau mais alto do match race. O ápice da modalidade é a America’s Cup. E para chegar lá, só mesmo sendo contratado por alguma equipe.

Até hoje, Torben Grael é o único brasileiro a participar do evento. Glomb quase chegou lá no ano passado.

"Fui chamado pelo (comandante) Peter Gilmour, em Portugal, que acabou precisando de um tripulante. Mas não pude ir porque estava em outra competição", lembra.

Na época, seu currículo era apenas mais um entre 70 candidatos, mas ainda assim acabou escolhido. Agora, Glomb ao menos vai poder conversar com Gilmour e quem sabe encaminhar a estréia.

A próxima edição da America’s Cup ocorre em 2007, em Valência (Espanha). A maioria das equipes da maior competição de vela oceânica do mundo estará em Angra dos Reis.

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