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Jogadores do Corinthians comemoram com a taça de campeão mundial | Toshifumi Kitamura/ AFP
Jogadores do Corinthians comemoram com a taça de campeão mundial| Foto: Toshifumi Kitamura/ AFP

O jogo

Corinthians e Chelsea entraram com formações diferentes. O lado direito ofensivo do Chelsea teve liberdade e criou chances, defendidas por Cássio. O Corinthians tentava responder com Emerson e a força de Guerrero. Na volta do intervalo, o Timão foi superior até que, aos 23, Guerrero cabeceou livre para fazer o gol do título mundial.

Com seis defesas, Cássio vira herói

Goleiro corintiano se consagra com atuação decisiva e é eleito o melhor jogador da final no Japão

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Yokohama, Japão

  • No bairro Boa Vista, corintianos fizeram a festa de manhã

"Sem estádio". "Sem passaporte". "Mundial de Verão". Os torcedores dos rivais terão de inventar novas brincadeiras sempre que quiserem ironizar os corintianos. As velhas piadas, que tanto infernizaram a torcida do Corinthians nas últimas décadas, já não valem mais. Bicampeão mundial, prestes a ganhar um estádio novinho em folha e respeitado internacionalmente. Esse é o novo Corinthians, consagrado ontem depois de vencer o poderoso Chelsea por 1 a 0, em Yokohama, na final do Mundial de Clubes da Fifa.

Se há cinco anos o Corin­­thians era rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro e vivia o seu maior inferno astral, agora a volta por cima está finalizada com o segundo título mundial de sua história.

A conquista vale quase que por duas. Não há mais por que os rivais contestarem o título conquistado na primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa, em 2000. Se naquela oportunidade o troféu foi garantido na disputa dos pênaltis após empate sem gols com o Vasco na decisão, dessa vez, porém, o torcedor corintiano não precisou sofrer tanto. A conquista foi garantida aos 23 minutos do segundo tempo. E ninguém melhor que um sujeito chamado Guerrero para fazer o gol que deu ao Corinthians tamanha conquista e escreveu o nome na história do clube paulista.

O atacante peruano foi contratado após o título da Copa Libertadores, em julho, e chegou a estar ameaçado de não disputar o Mundial por causa de uma contusão. Recuperado, Guerrero fez os dois gols da equipe no torneio no Japão.

"Estou feliz, o time jogou para c., a gente tem muita qualidade, estamos felizes. Eu sonhei com isso, um atacante tem que sonhar com isso, sonhei em fazer o gol e ganhar o título", disse Guerrero. "É incrível. Esse título é para eles [os torcedores], eles merecem. É um bando de loucos, está todo mundo louco agora", completou o atacante.

Do outro lado do gramado, Cássio virou o símbolo do triunfo corintiano com defesas determinantes para o título.

Fora de campo, a torcida também foi personagem do Mundial e reconhecida por Tite em sua primeira frase na entrevista. "Primeiro, o troféu é uma retribuição a todo torcedor corintiano pelo carinho que ele deu para a equipe."

Nem o Barcelona com Messi nem Manchester United com Cristiano Ronaldo arregimentaram tantos fãs de seus países. O público anunciado foi de 68.275 espectadores, cerca de 4 mil a menos do que a capacidade oficial. O animado presidente Mário Gobbi contou 50 mil corintianos – não há números oficiais.

Cerca de mil torcedores do Chelsea (os verdadeiros) até tentaram cantar no começo do jogo. Foram abafados pelo bando de loucos campeões.

Curitiba também vibra com o Timão

Carlos Guimarães Filho

A conquista do Mundial de Clubes pelo Corinthians, ontem, no Japão, também gerou comemorações na capital paranaense. Centenas de torcedores do Timão que residem em Curitiba tomaram as ruas da cidade após o árbitro turco Cuneyt Cakir decretar o fim de jogo.

A principal concentração de torcedores alvinegros aconteceu na subsede da torcida organizada Estopim da Fiel, no bairro Boa Vista. Cerca de 500 pessoas estiveram no local para torcer pelo bicampeonato mundial. A diretoria da torcida montou uma estrutura especial para receber o "bando de loucos".

"Isolamos a área, montamos um telão, além das televisões que já temos aqui, e compramos fogos e 40 caixas de cervejas. Tudo para ver o Timão campeão", previa o presidente da facção em Curitiba, Amauri Leite Dias.

Segundo ele, o público da final do Mundial era recorde desde a criação da torcida na capital, há 4 anos. O anterior havia sido na decisão da Libertadores deste ano, quando 400 torcedores estiveram na sede.

A possibilidade de torcer pela equipe ao lado de outros corintianos foi o que atraiu o garçom Jairo José. Apesar de passar a madrugada trabalhando, ele não demonstrava cansaço. Durante os 90 minutos de jogo, o torcedor não desgrudou os olhos da televisão. "Sai do trabalho às 4 horas [da madrugada], fui em casa trocar de roupa e vim torcer com os outros loucos. Eu tinha assistido a outros jogos da Libertadores com a torcida e isso trouxe sorte", conta.

E o título do Timão deixou até um adversário contente. O auxiliar administrativo Everton Alzemiro, torcedor do São Paulo, mora em frente a sede da organizada e aproveitou o público vender espetinhos e faturar em cima dos rivais.

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