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Murer: ouro é possível em Londres | Divulgacao / COB
Murer: ouro é possível em Londres| Foto: Divulgacao / COB

Não é a prova mais tradicional, mas é a que sintetiza dois dos três fundamentos do atletismo. O salto com vara alia corrida e salto – só falta o arremesso – ao mesmo tempo, o que por si só já é uma atração.

A disputa do feminino, que começa neste sábado (4), com as eliminatórias, às 6h20 (de Brasília), dá ao público pelo menos mais dois bons motivos para apreciar a prova: a beleza física das atletas e a concorrência acirrada pelo voo mais alto. Entre as melhores saltadoras está a brasileira Fabiana Murer.

"Há várias atletas saltando 4,70 m e várias com condições de saltar 4,80 m ou mais; umas seis ou sete têm chance de medalha", calcula a paulista. Fabiana diz estar pronta para saltar entre 4,80 m e 4,85 m (sua melhor marca). A medida é maior do que o melhor salto de 2012, os 4,82 m da norte-americana Jennifer Suhr, outro integrante do grupo que mira um lugar no pódio olímpico de Londres.

A ala dos "medalháveis", porém, tem um expoente. A russa Yelena Isinbayeva, atual recordista mundial (5,06 m), mira o tricampeonato olímpico, de preferência com uma nova mundial. Ela, contudo, sabe que se manter no topo não será fácil. Por isso, tratou de promover uma minirrevolução recente em sua carreira.

Depois de maus resultados em 2009, parou de competir por quase um ano. Voltou do período sabático no início de 2011. Trocou de técnico – Yevgeny Trofimov, seu primeiro treinador, substituiu Vitali Petrov. O momento, segundo ele, era de voltar às origens para retomar o ciclo vitorioso.

Mudança que atingiu Fabiana em cheio. Ela reativou a parceria com Petrov. Foi com a orientação dele que a brasileira ampliou sua corrida de 16 para 18 passadas, aumentando a velocidade da preparação do salto para ter mais impulsão. Hoje, ela corre a uma média de 8,3 m/s, ainda abaixo dos 8,5 m/s de Isinbayeva. Diferença compensada pelo domínio da técnica do salto.

Campeã do Mundial indoor em 2010, saltando 4,80 m, e do Mundial aberto em Daegu (Coreia do Sul) em 2011, com 4,85 m, Fabiana adaptou os treinamentos focando o resultado em Londres. Passou a saltar mais vezes na semana, inseriu técnicas de fracionamento do salto para melhorar cada etapa do movimento e abriu mão das competições indoor.

Passou as últimas semanas treinando em Mônaco e Fórmia, na Itália. "É um lugar bom para treinar porque a gente não perde tempo por causa do mau tempo", explica a saltadora.

A brasileira de 31 anos ne­­ga que todo esse cuidado seja para acertar as contas com a frustração dos Jogos de Pequim, quando teve o desempenho arruinado pelo sumiço da vara de 4,45 m. "Mudou como encaro a competição, estou mais tranquila, mais madura. Não tem acerto de contas. Quero saltar alto e, se for suficiente para uma medalha, saio contente", diz, confiante de estar nas finais, na segunda-feira (6).

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