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Foram três anos e meio levantando taças pelo São Paulo e comemorando a trinca do Brasileiro. Foram seis meses de angústica, crises e problemas no Palmeiras. Apontado como um dos melhores técnicos do Brasil, principalmente por causa do passado no Morumbi, Muricy Ramalho não conseguiu repetir o sucesso que teve no rival em sua passagem pelo Palestra Itália. E caiu depois de uma derrota classificada por ele mesmo como "vergonhosa" para o São Caetano, pela nona rodada do Campeonato Paulista.

Os 4 a 1 sofridos na casa palmeirense, na última quarta-feira, sacramentaram a queda do técnico, que se considera "bom pra caramba", como disse há uma semana. Nesta quinta, após duas reuniões de dirigentes e conselheiros com o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, ficou acertada a saída do treinador.

A queda de Muricy se arrastou. Contratado no meio do ano passado para substituir Vanderlei Luxemburgo, demitido por insubordinação, o treinador elevou a confiança de Belluzzo, que afirmava que não havia contratado o tricampeão brasileiro para ser quinto colocado do Nacional. Pois foi justamente o que aconteceu.

Muricy assumiu o comando do Alviverde depois de uma vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians, substituindo o ainda interino Jorginho. Com a equipe do Palestra Itália, passou quase três meses na liderança do Campeonato Brasileiro. No entanto, na fase decisiva da competição, a equipe caiu de rendimento. Muricy perdeu jogadores que formavam a espinha dorsal da equipe - o zagueiro Maurício Ramos, o meia Cleiton Xavier e o volante Pierre - para o departamento médico.

E o time que chegou a nortear a competição com até dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado acabou no marasmo. Sem título, sem vaga na Taça Libertadores de 2010. Sem Vagner Love, que saiu do time depois de se envolver em uma confusão com três torcedores. Sem Obina e Maurício Ramos, que brigaram no intervalo da derrota para o Grêmio e acabaram sendo desligados do clube. Crises que Muricy acabou superando com muito custo, apoiado sempre pelo presidente Belluzzo, mesmo quando membros da diretoria alviverde pediam a sua cabeça, no fim da temporada passada.

Garantido no comando para 2010, Muricy passou a pedir por reforços para não sofrer com a falta de opções. Dos seus indicados vieram os volantes Edinho e Márcio Araújo, o zagueiro Léo e o meia Lincoln. Mas o time seguiu sem engrenar. A derrota para o São Caetano na noite da última quarta-feira encerrou o ciclo do treinador no Palestra Itália. E meio ano no clube, ele conquistou 46 dos 96 pontos disputados: foram 12 vitórias, dez empates e dez derrotas. A esperança palmeirense de acabar com uma fila de quase 16 anos sem um título de expressão nacional com Muricy terminou. E o técnico deixa o Palestra Itália com uma mancha de fracasso no currículo.

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