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No dia-a-dia, Muricy Ramalho acumula estresse ao comandar os jogadores do São Paulo, pensar em estratégias, estudar os rivais... Para relaxar, o técnico recorre à sua terapia particular e peculiar: lavar louça.

"Outro dia, uma moça nova que trabalha lá em casa não entendeu nada quando pedi para deixar a louça que eu lavaria. É uma terapia. Vou pensando, desestressando (sic), me desligando. Gosto do barulho da água", disse o técnico, em entrevista ao jornal "O Globo".

Muricy, que se acha organizado na cozinha, acrescenta que também gosta de preparar pratos, mas sem receitas complicadas. Um de seus prazeres é preparar churrasco e assar pizza no seu sítio, no interior de São Paulo.

O treinador está a caminho de se tornar o primeiro a ser tricampeão por uma mesma equipe. Na década de 70, Rubens Minelli foi campeão por Internacional (1975 e 76) e São Paulo (1977). O prestígio faz o são-paulino sonhar com a seleção brasileira. E já tem a resposta na língua para o caso de ser convidado.

"Não gosto de cobiçar o que é de outro, mas é óbvio que vou adorar se o convite surgir. Quem não aceitaria uma convocação para representar o país? Quem não gostaria de poder escolher os melhores? Tem vezes que olho no meu banco e não tenho quem colocar em campo. Peço para contratar o Chiquinho, e vem o Luizinho. O desgaste numa seleção é outro", explicou.

"Luxemburgo trabalha para voltar à seleção"

Ele acrescenta, no entanto, que não tem obsessão pelo cargo e cita isso como uma diferença que o separa do palmeirense Vanderlei Luxemburgo.

"O Luxemburgo já disse que é melhor do que eu. Também acho. Ele tem mais experiência. Mas, no confronto direto, nunca perco para ele. Ele trabalha para voltar à seleção, é um aficionado. Eu não sou".

Ao falar do passado, Muricy lembra a época em que usava tamanco, deixava o cabelo comprido e ouvia "música barulhenta". E recorda os episódios com o técnico argentino e linha-dura José Poy.

"Ele não gostava do cabelo comprido. Falava que, se eu não cortasse, não precisava treinar no dia seguinte. Eu respondia que não voltaria e não voltava mesmo! Passava uma semana, e eles me buscavam em casa", divertiu-se o são-paulino, para em seguida concluir: "O futebol era mais alegre. Não era lucrativo como hoje, com o peso e a responsabilidade atuais".

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