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Zurique – A CBF e a Fifa se recusam a divulgar quanto sairá a conta da Copa do Mundo de 2014. O Brasil entregou ontem, em Zurique, na Suíça, um dossiê com mais de 900 páginas de como planeja sediar o evento e, apesar de promessas de investimentos por parte do presidente da Fifa, Joseph Blatter, nenhum dos membros da delegação brasileira aceitou divulgar nem o orçamento e nem detalhes dos projetos de infra-estrutura ou segurança. Na apresentação da candidatura, foi mostrado apenas um ideal de nação perfeita, sem pobreza, violência, problemas ambientais e nem caos aéreo.

Para a irritação da imprensa internacional, o dossiê não foi liberado – estava à disposição apenas um comunicado de duas páginas, que dava poucas informações do que será a Copa no Brasil.

Alguns jornalistas chegaram a pressionar os membros da delegação brasileira pelo orçamento, mas sem sucesso. Tiveram de se contentar com declarações eufóricas do jogador Romário e do escritor Paulo Coelho, dois garotos-propaganda da campanha da CBF, e com um vídeo de 12 minutos, ao som de heavy metal e samba, que apresentava o país em todo seu esplendor para exportação.

Com o dossiê em mãos, a Fifa enviará agora uma equipe de inspetores ao Brasil, no dia 27 de agosto. Para escapar da crise aérea, a comissão de vistoria chefiada pelo mexicano Hugo Salcedo irá percorrer as 18 possíveis sedes – Curitiba entre elas – em 10 dias. Haverá um enviado encarregado de observar especificamente as questões relativas à segurança.

Ricardo Teixeira, presidente da CBF, alegou que não há ainda um valor definido do orçamento para ser divulgado. "Alguns estádios estão por fazer, outros apenas precisarão passar por reformas. Vamos definir quando ganharmos o direito de sediar", disse o dirigente.

Para Ricardo Teixeira, cabe à Fifa divulgar os detalhes do projeto brasileiro "se achar que deve". Blatter, porém, rejeitou a possibilidade de tornar público o dossiê até a escolha do Brasil como sede da Copa, o que irá acontecer no final de outubro, com um número de sedes a ser definido. A CBF quer indicar 12 cidades. A entidade internacional, porém, prefere no máximo 10 locais de jogos.

Para provar que tem a capacidade de sediar a Copa, a CBF garantiu que o Brasil tem experiência em grandes eventos, como o Carnaval e a Parada Gay de São Paulo. O escritor Paulo Coelho chegou a mencionar como é difícil organizar uma escola de samba na passarela.

"Essa é a chance de mostrar o que é o Brasil, sério e digno", defendeu Romário. "A Copa está deixando de ser um sonho e estamos dando mais um passo para que se torne realidade", completou Teixeira. Resta saber quanto custará esse sonho.

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