Na torcida, Lucas dribla a ansiedade

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Ele mal chegou e, pelo menos no treino, já é o camisa 9. Esperança de um ataque atleticano mais produtivo do que o de 2010, Lucas foi apresentado oficialmente ontem como jogador do Furacão após quase 11 anos.

Nesta nova fase, o atacante pretende evitar comparações com outros ídolos, como Alex Mineiro – ou com ele mesmo, que na sua primeira passagem pelo Atlético marcou 49 gols e foi decisivo para que o time chegasse à sua primeira Libertadores no ano 2000.

"Lógico que vai existir este parâmetro, com Alex e outros que vieram. Eu estou procurando não me importar tanto, senão eu vou ficar com esta pressão já nos jogos", resumiu o jogador, que retorna após sete anos no Japão. "Eu vou apagar tudo, mesmo as glórias que eu tive aqui, eu vou tentar não ficar fazendo esta comparação. Pretendo começar uma nova história aqui", explicou .

Sem poder jogar amanhã contra o Arapongas, pelo fato de a janela de transferências internacionais só ter aberto hoje, restará ao atleta torcer da arquibancada. "Eu queria muito estrear já na Arena, seria uma oportunidade legal de rever os torcedores. Mas o futebol tem ­estas burocracias, tenho de entender e trabalhar para, se for na segunda ou na terceira rodada, estar com a mesma ansiedade, a mesma vontade", disse.

Enquanto não volta a vestir a camisa rubro-negra, o atacante relembra os momentos que passou no clube entre 1999 e 2000. "São tantas memórias boas. Mas talvez a inauguração da Baixada tenha sido o ponto mais emocionante, por ter feito o primeiro gol. Acho que para mim este é o meu melhor momento", falou, também citando o famoso ‘Eu sou o Lucas’ dito na Arena em resposta ao então goleiro do Flamengo, Clêmer, com quem se entendeu depois e que teria dito não saber quem era o atacante.

"Ficou a marca. Tomara que eu possa me reapresentar. Não daquela maneira, não vou dizer que sou o Lucas porque todo mundo já conhece. Mas fazendo gols, que é o mais importante", completou.

Confiante, Lucas contou que nos últimos três anos conquistou quatro títulos no Japão e que nunca teve uma lesão grave como profissional. "Não tenho medo nenhum de dizer que estou vivendo um bom momento", assumiu. "Acho que o fato de eu voltar em janeiro, quando todo mundo está voltando de férias, eu ganho uma vantagem. Se eu tivesse vindo no meio do ano talvez eu ia ter um pouco mais de dificuldade", opinou o jogador de 32 anos, que não teve férias.

Ao emocionar a família ao contar da sua volta, relatou que o lado atleticano prevaleceu. "O meu desejo sempre existiu, o clube que se predispôs a fazer uma proposta interessante. Ai veio o fanático, o torcedor, o clube que me abriu as portas, que me fez viver meus melhores momentos como jogador. Não tinha porque não aceitar", relatou. "O fato dos torcedores terem tido esta aceitação mais do que a rejeição, me dá um credito. Até quando este crédito vai, a gente nunca sabe. Mas só depende de mim fazer o meu melhor e dar alegria a eles", fechou o atacante.