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Se dependesse da empolgação, a Copa do Mundo da Alemanha seria uma competição de apresentações de gala, com placares elásticos e gols de placa. Mas a exagerada europeização do Mundial deixa sérias dúvidas de que algo parecido possa acontecer.

Com a maioria dos astros atuando no futebol do Velho Continente e nenhuma grande inovação tática, não será surpresa se a empolgação da torcida for minada aos poucos por partidas pesadas, disputadas por seleções muito mais preocupadas com o posicionamento e a marcação do que com a criatividade.

Muitas delas sequer têm qualidade para pensar diferente. Outras, das quais a brasileira é o principal exemplo, acreditam que só conseguirão se dar bem unindo disciplina e talento. "Não há como montar um time com quatro ou cinco que não marquem no futebol de hoje", repete o técnico Carlos Alberto Parreira.

A festa em cima do quadrado mágico pode até passar uma impressão diferente inicialmente. Mas a postura tática do Brasil em campo é, exceção a características individuais, a mesma que prevalece entre os outros concorrentes.

O esquema 4–4–2 é o preferido da maioria dos treinadores – 26 das 32 equipes jogam no sistema, 81%. Seja com dois volantes e dois meias ou uma linha de quatro no meio, o 4-4-2 predomina no Mundial que começa hoje. Para o início da Copa, apenas as seleções da Costa Rica, México, Croácia (3–5–2), Austrália, Coréia do Sul (4–5–1) e Holanda (4–3–3) apostam em algo diferente.

Talvez a padronização seja responsável por uma relação tão extensa de candidatos ao título. Não há dúvida entre os especialistas em apontar a seleção brasileira, por suas individualidades, como favorita ao título. Mas num segundo escalão os palpites são bem abrangentes: Inglaterra, Argentina, França, Itália, Alemanha, Holanda, República Tcheca, Portugal, Espanha...

"Há quase uma dezena de times que podem tentar tirar o título do Brasil. Nós somos uma delas", analisa o técnico argentino José Pekerman.

Para não manchar o maior encontro esportivo mundial, só o talento de Ronaldinho, Kaká, Zidane, Riquelme, Totti, Rooney e companhia pode se sobrepor à exigente disciplina tática e qualquer recorrente problema extracampo que insista em aparecer.

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