• Carregando...

Persistência, força de vontade, garra e determinação são adjetivos que cabem perfeitamente para o piloto italiano Alessandro Zanardi. Consagrado na década de 90, foi contemporâneo de Ayrton Senna na Fórmula 1, migrou para a Indy e conquistou dois títulos (97 e 98), antes de sofrer um baque na carreira e na vida.

Setembro de 2001, Grande Prêmio de Fórmula Mundial (uma adaptação da Indy) na Alemanha, no circuito de Lausitz. Um acidente gravíssimo, que amputou suas duas pernas, mas não lhe tirou a vida e muito menos nenhuma das qualidades citadas acima.

Quase cinco anos depois, um homem simpático, de 39 anos, chegou ontem a Curitiba para a etapa do World Tourism Car Championship (WTCC), categoria que disputa desde 2004. Com um carro adaptado, freia em um pedal diferenciado, acelera em uma manivela atrás do volante e usa como embreagem uma alavanca sobre o câmbio.

No box da BMW, enquanto acompanhava sua Itália contra a Ucrânia na Copa do Mundo, Zanardi conversou com a Gazeta do Povo.

O que você achou de Curitiba?É um pedaço feliz dentro do Brasil. Já estive no Rio de Janeiro e em São Paulo. Curitiba é totalmente diferente. Aqui você anda e não precisa ficar olhando para os lados, enquanto no Rio e em São Paulo, não há como se sentir em casa.

Quanto tempo demorou para voltar a correr e se adaptar às mudanças em seu carro?Me senti independente depois de um ano. Eu achava que estava totalmente recuperado, mas não estava. Os técnicos da BMW são meus amigos de longa data e quando achamos que poderia voltar a correr começamos a preparar o carro.

Como foi a recuperação?Desde que aconteceu foi difícil, mas também foi um desafio. Sou um pioneiro, ninguém disputa corridas em um carro assim. Quando achamos a direção no tratamento e depois na preparação no carro foi mais fácil. Não dependo das pernas para fazer tudo, também tenho os braços.

Voltar a correr foi uma vitória pessoal?A tendência de quem tem uma deficiência física é ficar mentalmente derrotado, mas é preciso se estabelecer o que quer. Se ficar em casa o dia todo vai ser difícil. Objetivos têm de ser traçados e coisas para fazer precisam ser achadas. Eu por exemplo, além das corridas, pratico canoagem, natação e esqui. Na última vez em que esquiei, desci uma montanha com os amigos e na volta apostamos que quem chegasse em último teria de tomar toda uma bebida. Cheguei em primeiro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]