A polícia paranaense não sabe o óbvio: dia de jogo é dia de "treta". Por "treta", entenda-se tudo o que um bando de marginais torcedores de um ou outro time pode ser capaz de fazer quando se reúne roubos, violência física, vandalismo ou, em geral, a combinação dos três. Na noite de quarta-feira, após o Paratiba, marginais aterrorizaram dezenas de passageiros de um biarticulado no sentido Santa Cândida, que voltavam para suas casas após um dia de trabalho ou estudo. A tal "treta" começou com a invasão do coletivo, na região central, por torcedores de um dos times: falou-se em arrastão, roubo de celulares e carteiras.
Minutos depois, o ônibus chegou ao reduto do time adversário. "Pelo amor de Deus, toca o busão senão a gente vai morrer", gritava o primeiro grupo para o motorista, que foi obrigado a ignorar um dos tubos. Do lado de fora, armados com pedras e rojões, marginais do outro time tentavam invadir o ônibus. O coro: "Vai morrer! Vai morrer! Vai morrer!"
O rojão apontado para os passageiros só foi desviado para o céu após os gritos desesperados de uma senhora que vários quilômetros depois ainda tremia e chorava, traumatizada, a caminho de casa. Pouco mais à frente, o terminal do Cabral virou praça de guerra.
As cenas foram dantescas e desnecessárias. Mas o estado, que deveria evitar a barbárie, insiste em fechar os olhos e fazer de conta que o problema não existe. Em dias de jogo, a polícia precisa estar presente em terminais, estações-tubo e principalmente dentro dos ônibus. Caso contrário, o cidadão comum é que acaba pagando a conta.
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