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Cacá prevê temporada morna | Gilberto Abelha/ Jornal de Londrina
Cacá prevê temporada morna| Foto: Gilberto Abelha/ Jornal de Londrina

Ele aparenta ser marrento. De per­­to, é bem diferente. Cacá Bueno esteve nesta semana em Curitiba para uma sessão de treinos coletivos – a temporada da Stock Car começa dia 25, em Interlagos. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, ele falou sobre as novidades na categoria para este ano e admitiu: vai ter de mudar o estilo competitivo que lhe rendeu quatro títulos (2006, 2007, 2009 e 2011) pela regularidade exigida nesta temporada. "Não preciso mais ven­­cer, basta chegar e ganhar a última prova, que vale o dobro de pontos. Não é isso que a galera quer ver". Pelas novas normas, quem vencer as provas leva 22 pontos, o segundo ganha 20 e o terceiro, 18. A partir daí, perde-se um ponto por posição.

Qual sua opinião sobre essa nova Stock Car de 2012?

Houve algumas mudanças extremamente positivas, como o fim dos playoffs. Era um artifício não muito válido para colocar mais pilotos na disputa, privilegiando o mau resultado, não o bom. Dando um bônus para quem não fez tão bem durante o ano. O fim do play­off, desportivamente, está comprovado até no futebol. É melhor, pois premia quem faz bem, quem in­­veste bem. E você tem de premiar realmente o investimento, a qualidade, a competência e o trabalho. Não a mediocridade.

E você gostou do fim do pit stop?

Era um espetáculo bacana de se ver, mas ao mesmo tempo confundia muito quem estava na arquibancada e quem estava em casa. Porque um piloto parava na 3.ª volta, o outro na 30.ª, então, até a gente, acostumado com corrida desde muito pequeno, às vezes tinha dificuldade de entender, tinha de fazer cálculos para saber quem estava ganhando. Agora, a gente vai contar a história com co­­meço, meio e fim.

A temporada ganha mais projeção, com a transmissão de todas as provas. Isso vai ajudar a resgatar os patrocinadores que deixaram a categoria?

Simplesmente ver uma corrida isolada, sem entender quem está ga­­nhando uma temporada, você fica perdido. É como ver um jogo amistoso que não vale nada. Você acaba não se envolvendo. Acho que to­­das essas mudanças foram excelentes. Em contraponto, houve al­­gumas mudanças que não foram tão boas.

Quais?

A pontuação. Vai pontuar até o 20.º colocado, dois 10.º lugares serão iguais a um primeiro lugar, pois a diferença de pontos é muito curta... Isso de novo volta a beneficiar o resultado mediano, quem chega em 10.º, não quem chega em 1.º. Tirar um pouco o bônus de estar na ponta traz um efeito mais psicológico, de repente o resultado do campeonato não mudaria, mas faz os pilotos verem que não é mais necessário vencer. De que simplesmente ser regular é a chave do su­­cesso. Isso pode trazer uma corrida um pouco mais calma, mais conservadora. E tenho certeza de que não é isso que a galera quer ver na arquibancada. Quer ver um ir para cima do outro.

Esse não é o seu estilo...

O grande barato do automobilismo é vencer. Você sempre tem de tratar de vencer as corrida. No final das contas, vou continuar fazendo isso. Mas você sempre tem de pensar e ser ajudado pela equipe. Muitas vezes um 5.º, um 6.º lugar na corrida está bom, e não vale o risco de ten­­tar ganhar mais 1 ou 2 pontos e, se bater, você perde 18. No final das contas, a regularidade na primeira metade do campeonato vai ser mais importante até do que as vitórias. Para um piloto que gosta de ganhar (risos) é até difícil de entender.

Sem o reabastecimento e a troca de pneus, não dá para corrigir nada na prova, é um tiro lançado, como alguns pilotos es­­tão falando. Vai mudar muito o trabalho com a equipe?

Muda. O carro está mais pesado neste ano por causa de todos os itens de segurança, da carenagem, do tanque mais cheio, en­­tão tem de mudar um pouco o acerto. Nada muito drástico, mas sempre tem um trabalho. Quem achar esse acerto mais rápido vai ter uma vantagem no começo do ano.

Seus colegas da Stock falaram muito bem de você, que tem esse jeitão, mas é bacana. Co­­mo é lidar com isso e com essa imagem que você passa?

Aqui faço o meu trabalho e deixo muito claro que não estou aqui para fazer amigo. Estou aqui para ganhar corrida. Ami­­go eu faço no fim de semana livre, quando vou para praia, jo­­gar um vôlei, jogar uma bola, ir a boate, ao cinema, ao bar. De repente, isso pode passar uma imagem de brabo. Não fico preocupado em fazer média. En­­tão, há muitos caras aqui com quem me dou superbem, ou­­tros não tão bem assim, o que é normal.

E com o público?

Minha preocupação principal é devolver às pessoas que torcem por mim um lindo espetáculo, primeiro de tudo, devolver ao meu patrocinador resultados e ganhar corridas. É para isso que eu vim aqui. Com a minha postura, cada vez eu agrado mais a quem torce por mim e desagrado mais quem não torce por mim. É uma coisa normal e é muito bacana de se ver. Acho que tem de ter isso, essa relação de amor e de ódio. Eu sou Flu­­mi­­nense e vou para o campo ver o meu time jogar. E, em contrapartida, quando joga o rival, o Flamengo, torço contra.

É o esporte. E é bom que seja assim.

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Esportes | 3:33

Equipes passaram dois dias no Autódromo Internacional de Curitiba testando as mudanças para a temporada 2012.

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