• Carregando...

São Paulo – O zagueiro Marquinhos reafirmou seu desejo de deixar o Corinthians depois das ameaças recebidas por sua mãe num telefonema anônimo, na segunda-feira. Marquinhos foi titular na derrota por 3 a 1 para o São Paulo e falhou no segundo gol rival, ao perder uma bola e depois cometer pênalti em Aloísio.

Ainda está assustado com as ameaças de morte?

Meu telefone não tocou mais, nem o telefone da casa da minha mãe. Se tivesse tocado, acionaria a polícia. Esse foi o combinado com a diretoria do Corinthians, que conhece alguns delegados. Quem ficou mais assustada foi minha mãe, que mora com meu irmão solteiro. Minha mulher e minha filha não estão saindo de casa. Não quero isso para elas.

Sua decisão de sair é definitiva?

É. Vou para o Sport até o fim do ano. Minha mulher e minha filha vão comigo, e minha mãe também passará um tempo com a gente, mas ela não quer deixar São Paulo e suas coisas. Está decidido. Não quero ser o primeiro a morrer por não acreditar em ameaças.

Você teme ficar rotulado por ter abandonado o barco?

Farei de tudo para não ganhar o rótulo de jogador ‘fujão’, que não suporta pressão da torcida. Ocorre que essa pressão aqui no Corinthians extrapola todos os níveis aceitáveis. Os mesmos que te aplaudem em campo querem te matar na rua. Eu sei que é uma coisa que os jogadores corintianos e, talvez, flamenguistas, têm de conviver todos os dias, mas isso não existe.

Você acha que sai pelas portas do fundo depois de 17 anos de clube?

Acho que não. Por isso aceitei falar com você. Quero que todos entendam que uma série de fatores me levaram a tomar essa decisão. A gota d’água foi a ameaça de morte, mas confesso que já vinha pensando em deixar o Corinthians.

O rapaz que ameaçou você e sua família era de São Paulo?

No meu aparelho apareceu número ‘privado’, talvez de alguma empresa, sei lá. Mas no telefone lá da casa da minha mãe, o número é de São Paulo sim.

E dá para esquecer a voz do torcedor que te ligou?

Com o tempo e se ele não ligar novamente, acho que o assunto morre. Comigo não tem problema, porque sei me defender. O problema é que o cara falou com minha mãe, usou malandragem e isso assusta. O pior é que em casa somos todos corintianos. Dá para acreditar? Mas aqui sempre foi 8 ou 80. O Corinthians é a vida de muitos deles.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]