Nascar corre na sua praia mais famosa

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Daytona Beach, EUA - A cidade de Daytona Beach, na Flórida, é procurada por diveros turistas por causa de uma peculiar mistura de areia e asfalto. Chamada pelos norte-americanos de "a praia mais famosa do mundo", tem uma orla de 37 quilômetros formada por belas praias, sempre lotadas de veranistas nos dias mais quentes.

Já no inverno, as atenções se voltam para um trecho asfaltado de pouco mais de 4 mil metros conhecido como um dos templos do automobilismo mundial. Trata-se de Daytona International Speedway, autódromo que sedia anualmente a primeira prova do calendário da Nascar, principal e mais popular liga automobilística dos Estados Unidos.

Hoje está em jogo o título das 500 milhas de Daytona, também conhecida como Daytona 500, a primeira prova da Sprint Cup Series – categoria principal da Nascar. A tradicional corrida acontece no circuito oval, que conta com grandes inclinações em suas curvas para ajudar no trajeto dos carros. Por causa da alta velocidade, as quatro principais curvas têm inclinação de 31º. A pista também não é plana nas retas, onde existe uma inclinação de 3º.

As primeiras posições de largada foram definidas no domingo passado. Os dois mais rápidos do dia ficaram com os lugares na primeira fila. Os demais pilotos disputaram os melhores lugares em duas corridas de 60 voltas realizadas na quinta-feira. O pole position é Martin Truex Jr., piloto do carro número 1. Ao lado dele estará o veterano Mark Martin, com o carro 5, que corre na Nascar desde 1982. Esse formato de classificação acontece apenas em Daytona. Nas demais corridas, cada piloto tem duas voltas para fazer o melhor tempo. Os mais rápidos ficam com os melhores lugares.

O atual campeão da Nascar Sprint Cup Series, Jimmie Johnson, larga na sétima colocação, ao lado do colombiano Juan Pablo Montoya. Ex-piloto de Fórmula 1, Montoya corre na Nascar desde 2006. Sua única vitória aconteceu em 2000, na também famosa 500 Milhas de Indianápolis.

Como em todas as categorias de stock car, os carros da Nascar possuem dimensões e formatos semelhantes a modelos de rua. Atualmente, quatro montadoras participam do campeonato, com carros que diferem em motores e modelo de carenagem. São eles o Chevrolet Impala SS, Dodge Charger, Ford Fusion e Toyota Camry.

Construídos em chassi tubular, os carros da Nascar contam com motores V8 de 850 cavalos e possuem velocidade máxima estimada em 320 km/h. Hoje, às 18h30 (de Brasília), serão 43 carros na pista brigando por cada centímetro do asfalto. É comum ver em Daytona até quatro carros, lado a lado, dividindo curvas a quase 300 km/h. Qualquer descuido ou toque no carro do oponente pode causar acidentes de grandes proporções.

A Nascar também é conhecida como a grante categoria do automobilismo mundial que menos implantou avanços tecnológicos ao longo dos anos. Os motores ainda utilizam carburadores, sem injeção eletrônica, a transmissão é totalmente manual e com quatro marchas, não há suspensão ativa ou eletrônica. No pit stop, os carros são erguidos com macacos hidráulicos e o combustível é colocado com galões que utilizam apenas a gravidade para transferir a gasolina, sem bombas injetoras. Aos poucos, o departamento de pesquisa da Nascar desenvolve novas tecnologias para diminuir consumo e aumentar a segurança.

É essa a receita que chama tanto a atenção dos americanos. Carros extremamente velozes e em grande quantidade, pouco espaço na pista e uma prova longa – com 200 voltas e cerca de três horas de duração – para testar a resistência dos pilotos e a estratégia dos chefes de equipe. Para a corrida de hoje, a organização espera cerca de 170 mil espectadores no autódromo.