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Cidade do Kuwait – O adversário era tão inexpressivo que até identificá-lo foi difícil. A CBF diz que se tratava da seleção do Kuwait, mas era mesmo um combinado baseado em um clube local.

E contra esse "bambala", palavra que virou sinônimo de time ruim pela boca de Luiz Felipe Scolari, Ronaldinho mais uma vez mostrou que está em litígio com a seleção brasileira, que venceu por 4 a 0 e manteve a invencibilidade na era Dunga – são agora quatro jogos, com três vitórias e um empate.

Com a camisa 10 que pediu para vestir e também com a tarja de capitão, o meia-atacante novamente não marcou – são agora 12 jogos e quase 16 meses sem gol pela seleção brasileira. E, pior ainda, nos 45 minutos que ficou em campo, se escondeu. Foram três chutes e cinco dribles, mas todos inofensivos.

O único consolo para o torcedor brasileiro é que o problema agora não parece ser a camisa amarela. O melhor do mundo nas últimas duas temporadas também não vem bem no Barcelona. Ele mesmo disse que não é uma máquina. Dunga promete preservá-lo, assim como faz o holandês Frank Rijkaard, seu treinador no espanhol Barcelona.

Contra o "bambala árabe", o técnico brasileiro não insistiu com ele. Ronaldinho saiu no intervalo, dando lugar a Kaká – outra vez Dunga não escalou os dois e mais Robinho ao mesmo tempo.

Contra um rival sem o menor gabarito, o Brasil tinha muita facilidade para penetrar, mas, displicente, falhava nas finalizações e demorou "intermináveis" 17 minutos para vazar provavelmente o seu mais frágil adversário em muito tempo.

E o autor do gol foi Rafael Sobis, mais um que balançou as redes com a camisa da seleção brasileira pela primeira vez, marca da gestão Dunga. A espera para o segundo gol foi ainda mais longa. Só aos 36, em lance que o goleiro dos anfitriões foi prejudicado por um desvio na zaga, o Brasil marcou, com Robinho.

"Seleção brasileira tem de ter qualidade", disse Dunga, nada satisfeito com o time, à Rede Globo no intervalo.

Além de Ronaldinho, o treinador fez outras três substituições para o segundo tempo. As maiores novidades foram o lateral-esquerdo Adriano e o volante Lucas – Daniel Carvalho, que vinha sendo titular com Dunga, também entrou.

E sem Ronaldinho a seleção foi mesmo mais eficiente. O terceiro gol saiu aos 9, em jogada tramada por dois ex-jogadores do Internacional. Rafael Sobis serviu para Daniel Carvalho fazer o seu segundo gol pelo Brasil.

Herdeiro da tarja de capitão que começou com Ronaldinho, Kaká, outro que não passa por boa fase em seu clube, fechou o placar aos 33. Em banho-maria o jogo seguiu até o final. Um amistoso que só serviu para Ronaldinho perder uma oportunidade de ouro para sair do buraco em que está na seleção.

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Na Cidade do KuwaitKuwait 0 x 4 Brasil

KuwaitFadly (Al Azmi); Abil (Yousef), Al Taher, Nhir (Samir) e Awad (Ibrahim); Walid (Fahed), Hakeen, Jahid e Talal (Bachar); Akalah (Jiraq) e Lahid (Badher). Técnico: Saleh Zakaria.

BrasilHelton; Maicon (Daniel Alves), Luisão, Alex e Marcelo (Adriano); Dudu Cearense (Lucas), Mineiro (Gilberto Silva), Elano (Daniel Carvalho) e Ronaldinho (Kaká); Robinho (Fred) e Rafael Sobis (Vágner Love). Técnico: Dunga.

Estádio: Kuwait SC. Árbitro: Paolo Bertini (ITA). Gols: Rafael Sobis (B), aos 17, e Robinho (B), aos 36 do 1.º tempo; Daniel Carvalho (B), aos 9, e Kaká (B), aos 33 do 2.º tempo. Amarelo: Talal (K).

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