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O atacante Rafinha, abraçado por Ariel (9) comemora o gol marcado na primeiro tempo para o Coritiba | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
O atacante Rafinha, abraçado por Ariel (9) comemora o gol marcado na primeiro tempo para o Coritiba| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Arquibancada

Distância não impede apoio de torcedores

Fidelidade era a palavra entre eles. A distância não importa: o que vale é estar ao lado do Coritiba. "Viria até sozinho se não tivesse carona", contava o técnico em informática Paulo Silva. Ele e mais dois amigos deixaram Curitiba antes das 18 horas – "Saí do serviço um pouco mais cedo" – para não perder o primeiro jogo do Coxa no exílio. Encontraram poucos e animados torcedores (2.380 pagantes). Alguns da região.

"Saí de Curitiba faz seis anos, meu carro é cheio de adesivos do Coxa", disse o operador de áudio Anderson Borges, que mora em Joinville. Para ele, foi um presente ver o time jogar na porta de casa depois de tanto tempo. Francisco da Silva, comerciário, não teve a mesma sorte, mas também não reclamou tanto, já que mora em Jaraguá do Sul (a 50 km de distância): "Sai mais barato e é mais perto que ir ao Couto". Se havia o apoio de alguns moradores, a mídia deixou o Alviverde de lado. Nenhuma rádio local transmitiu o jogo.

Joinville aos poucos foi ganhando a presença dos coxas, que brincavam com uma pichação no muro da Arena: "A Série C é obrigação", um protesto da torcida do JEC, o real dono da casa. "Quando a gente acha que está ruim e vê isso, percebe que tem coisa pior", ria o empresário coritibano Rodrigo Papov.

Coritiba 1 X América-MG 1

Os nervos estiveram à flor da pele na estreia do Coritiba no exílio em Joinville. A ponto de comprometer o resultado, que acabou sendo um justo empate por 1 a 1 com o Amé­­rica-MG, pela segunda rodada da Série B. Um jogo, aliás, que teve todos os requintes da Segunda Divisão. Nas palavras do técnico adversário, Mauro Fernandes, "o Coritiba veio para uma guerra". O capitão coxa-branca Jéci resumiu: "Eu saio satisfeito com o espírito aguerrido da equipe, não com o resultado".

E que ninguém reclame do apoio da torcida. Cerca de três mil pessoas, abaixo da expectativa, mas mesmo assim um número considerado bom, empurraram o time. A característica de alçapão da Arena Joinville fez com que as vozes se multiplicassem. O Coxa pôde se sentir em casa, mas não conseguia bons arremates, pecando na pontaria. O Coelho apenas se defendia e o gol era questão de tempo. Até que aos 20, Ariel chutou de fora da área e Flávio, ex-Atlético e Paraná, fez excelente defesa. No rebote, Marcos Paulo cruzou para Rafinha, que fez 1 a 0 Coxa.

Rafinha tinha tudo para ser o herói da noite. Mas perdeu a cabeça. Depois de uma dividida, ele agrediu Leandro Ferreira e acabou expulso, deixando o Coxa com um a menos em campo. A arbitragem também entrou no nervosismo, invertendo lances e exagerando nos amarelos. O jogo esquentou após a expulsão. No final do primeiro tempo, o juiz acabou a partida antes de uma cobrança de falta do América. Na jogada, o lateral-direito Fabinho Capixaba disse ter sido agredido.

"Esse time de m..., fdp!", disparou um nervoso Capixaba. "O Fa­­binho (Capixaba) levou uma cotovelada, ele não deu um pênalti no Ariel", reclamou Ney Franco.

Com um a mais, o América voltou mandando no jogo, para a agonia coxa. Foram 19 minutos até Irênio bater falta com força e Jand­­son desviar para dentro: 1 a 1.

O time mineiro esteve a pique de virar o marcador, mas esbarrou em Edson Bastos. Ney Franco então apostou no garoto Dudu, recém-chegado do Cruzeiro. Se houve algo de positivo no empate em Santa Catarina, foi a estreia do menino, que mudou a cara do Coritiba. Mas foi pouco. Apesar da pressão no fim, 1 a 1 no placar e empate em casa. "Agora é pensar na Portuguesa", disse Dudu. E colocar a cabeça no lugar.

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Veja a ficha técnica do jogo Coritiba 1 X 1 América-MG:

Em Joinville

Coritiba

Edson Bastos; Jéci, Demerson e Lucas Mendes; Fabinho Capixaba (Ângelo), Marcos Paulo, Leandro Donizete, Rafinha e Triguinho (Dudu); Jefferson e Ariel (Bill).

Técnico: Ney Franco.

América-MG

Flávio; Danilo, Gabriel, Otávio e Preto (Tiago Silvy); Leandro Ferreira (Jand­­son), Dudu, Irênio e Rodrigo; Laércio (Neto Maranhão) e Fábio Júnior.

Técnico: Mauro Fernandes.

Estádio: Arena Joinville. Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO). Auxs.: João Patrício de Araújo e Marco Antônio de Mello Moreira (GO). Amarelos: Leandro Donizete (C), Danilo, Preto, Dudu, Fábio Júnior, Otávio, Laércio e Irênio (A). Vermelhos: Rafinha (C). Gols: Rafinha (C) aos 20/1º; Jandson (A) aos 19/2º. Público: 2.380 pagantes (3.061 total). Renda: R$ 32.550,00

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