Nos pés de Dagoberto e nas mãos de Vadão

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Com a estréia de Vadão e a volta de Dagoberto, o Atlético pretende começar a se afastar da zona de rebaixamento vencendo o Flamengo hoje, às 16 horas, na Arena. Mas enquanto o treinador chega como unanimidade, o atacante, em litígio com o clube, é uma aposta arriscada.

Uma das primeiras atitudes do novo técnico foi se informar sobre a situação do jogador, com quem trabalhou em 2003. Sem nenhum impedimento superior, confirmou a escalação de Dago. "Não posso abrir mão da qualidade dele", justificou.

Não se sabe quanto tempo o atacante vai agüentar. Dagoberto, que não quer dar entrevistas antes da audiência do dia 10, diz que sua intenção é cumprir o contrato – seja o prorrogado por 250 dias pela Justiça ou o original –, mas a briga nos bastidores com a diretoria pode provocar um novo rompimento a qualquer momento.

Dago ainda não jogou depois da Copa, afastado pela diretoria e pelo ex-técnico Givanildo Oliveira por causa do problema judicial. Também não atuou nas cinco partidas antes do Mundial – nas duas últimas, garantia estar em condições, contudo foi vetado com a justificativa de completar o tratamento de uma lesão na coxa direita.

No total, são 77 dias sem vestir a camisa rubro-negra. Dago só esteve em campo dez vezes nesta temporada (31,3% dos jogos do time). Em 2005, quando sofreu com lesões seguidas, foi ainda pior: apenas oito partidas (10,6%). Para comparação, foram 35 jogos em 2004 (61,3%); 35 em 2003 (55,5%) e 40 em 2002 (64,5%).

Mas é inegável o crescimento do Furacão com ele em campo. Em 2006 participou de cinco vitórias, dois empates e três derrotas – aproveitamento pessoal de 56,6%, contra 47,9% da equipe. No ano passado, venceu os oito jogos que disputou e comandou a arrancada que tirou o time das últimas posições do Brasileiro.

Números que fazem Vadão considerar o jogador indispensável. "Eu não tenho nenhum problema com o Dagoberto. Se vou colocá-lo é porque confio nele e vou dar força", disse o treinador, respondendo sobre uma possível perseguição da torcida.

Pelo menos de início, o atacante e os companheiros poderão jogar sem pressão. Empolgados com a estréia do novo treinador, os torcedores prometem dar uma trégua ao time. A diretoria vai tentar ajudar bancando uma queima de fogos e a distribuição de 25 mil bexigas.

Porém não é bom abusar da confiança, conforme disse o diretor comercial da torcida organizada Os Fanáticos, Dráusio Cordeiro Santos Junior, o Lombriga. "Não vamos fazer nada contra ninguém. Nem vamos gritar o nome dos jogadores, até porque não estão merecendo. Só estamos preocupados que façam a sua parte, porque a nossa (incentivar o time) vamos fazer", afirmou.

TV: Atlético x Flamengo, às 16h, na Globo/ RPC (só para o interior) e no Premiere F.C.Em Curitiba

AtléticoCléber; Danilo, João Leonardo e Marcelo Silva; Jancarlos, Alan Bahia, Cristian, Ferreira e Ivan; Dagoberto e Dênis Marques.Técnico: Oswaldo Alvarez.

FlamengoDiego; Renato Silva, Fernando e Rodrigo Arroz; Leonardo Moura, Jônatas, Toró, Léo Medeiros,Renato e Juan; Obina. Técnico: Ney Franco.

Estádio: Kyocera Arena.Horário: 16 horas.Árbitro: Cleber Welington Abade (SP).Auxiliares: Ana Paula de Oliveira (Fifa-SP) e Gilberto Corrale (SP).