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Houve um tempo no qual os times de Jacarezinho e Cambará eram temidos no estado. Em outro, menos distante, Cascavel chegou a comemorar o título paranaense, Umuarama, Pato Branco e Guarapuava eram rota da Primeira Divisão, e uma nova equipe cambaraense se tornou celeiro de jogadores. Em 2009, porém, a realidade é bem diferente. É nas seis cidades que serão travados, a partir de hoje, os duelos da Terceirona.

Jacarezinho, Matsubara (Cambará), Tigrão Umuarama, Batel (Guarapuava), Pato Branco e FC Cascavel são os corajosos clubes inscritos. Todos carregando uma boa dose de tradição, própria ou herdada de algum antecessor, buscando na história a motivação para encarar um campeonato deficitário.

É apenas histórica mesmo a ligação de Jacarezinho com o profissionalismo. Foi entre os anos 40 e 60 que a antiga Esportiva brilhou. Depois disso, um gigantesco hiato. "Disputávamos os campeonatos amadores, sempre com um time bom e resolvemos profissionalizá-lo em 2007", conta o presidente do novo Jacarezinho, Francisco Camilo.

Ano passado o clube já sentiu as agruras da Terceira Divisão. "Foi prejuízo. Mas temos de passar por isso, subir e dar continuidade. Agora será melhor porque jogaremos em casa". acrescenta. Em 2008, como o estádio não havia sido aprovado, o time atuou em Bandeirantes.

É justamente na torcida que apostam Pato Branco e Batel, voltando de anos de inatividade. "Esperamos boas rendas. Já na Copa Tribuna (de juniores) o povo mostrou que está com saudade. Tivemos uma média de duas mil pessoas", orgulha-se o presidente do clube do sudoeste, Ivo Honesko.

O Pato Branco conta com o apoio de alguns empresários locais. "Mas os investidores ainda estão tímidos. Tivemos problemas com diretorias antigas e o clube ficou muito tempo parado. Então temos de mostrar serviço", afirma.

Presidente do Batel, Sérgio Miranda, o Ratinho, diz que o retorno atendeu ao clamor popular. "A comunidade estava pedindo. Agora esperamos voltar à Primeira Divisão. A cidade sempre quis isso", discursa o dirigente, que divide a administração com um grupo gestor.

Ratinho, que reclama das taxas cobradas pela Federação, acredita que o time não sentirá tanto o retorno ao profissionalismo. "A Terceira Divisão nada mais é do que uma Taça Paraná (torneio que reúne clubes amadores do estado) melhorada", opina.

Em Umuarama, que tem convivido com uma série de frustradas tentativas futebolísticas, a bola da vez é o Tigrão, que estreou na Terceirona do ano passado. "É uma iniciativa de um grupo de ex-jogadores, que há dois anos resolveu resgatar o Tigrão (apelido do antigo time da cidade)", diz Edvaldo Júnior, um dos ex-atletas e coordenador técnico da equipe.

Como o acesso não veio em 2008, o apoio financeiro ainda é escasso. "Se na Segunda Divisão já é difícil, o que dizer então da Terceira? Ainda mais porque clubes anteriores não honraram seus compromissos aqui. Estamos carregando um fardo", lamenta.

Matsubara e FC Cascavel são bancados por iniciativas familiares. O primeiro, verdadeira fábrica de jogadores nos anos 80 e 90, não foi feliz nas últimas tentativas profissionais. "Agora vamos de degrau em degrau", afirma o dirigente Shigueo Matsubara, sabendo não se tratar da melhor vitrine para os atletas. "Vender jogadores na Terceira é muito difícil. A única vitrine é a Primeira mesmo."

A única das seis cidades que ainda faz parte da elite é Cascavel. Porém o atual time não tem inspirado confiança. Com planejamento e estrutura – a construção de um centro de treinamentos está sendo finalizada –, o FC Cascavel, do jogador Belletti, entra como favorito. "Além de formar jogadores, queremos conquistar o coração da torcida. O outro Cascavel tem um projeto político por trás. O nosso é familiar", diz Juliano Belletti, irmão do jogador do Chelsea e responsável pelo clube. "Meu pai jogou em 71 no antigo Cascavel FC, quer dizer, a história vem de longa data."

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