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Omar Akel (com o microfone) é o atual presidente do Conselho Deliberativo Coxa | Pedro Serápio / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Omar Akel (com o microfone) é o atual presidente do Conselho Deliberativo Coxa| Foto: Pedro Serápio / Agência de Notícias Gazeta do Povo

A aprovação

O novo estatuto do Coritiba será votado pelos sócios em Assembleia que será realizada nos primeiros dias de fevereiro. A data não foi definida ainda. "Nos reunimos na segunda-feira, no último encontro do conselho no ano, para definir o calendário. Mas é certo que assim que recebermos o documento da revisão, temos que marcar a Assembleia para dali 40 dias".

O documento deverá ser aprovado por 50% mais um dos sócios aptos para votar. Hoje o clube conta com cerca de 2,5 mil torcedores que mantém vínculo associativo por no mínimo um ano.

Estará nas mãos dos sócios do Coritiba na primeira quinzena de fevereiro a chance de mudar o estatuto do clube e provocar uma revolução nas práticas administrativas adotadas atualmente. Em reunião do Conselho Deliberativo foi formatado o texto final do projeto de reforma estatutária que contempla entre outras mudanças aquela que talvez seja a mais esperada pelos torcedores: a eleição direta para presidente dos conselhos.

Já a partir das eleições de 2011 todos os sócios com no mínimo um ano de contribuição poderão escolher quais serão os presidentes dos conselhos Deliberativo, Fiscal e Administrativo, o popular G9. Na verdade, ex-G9, que com as novas regras passará a ter apenas cinco integrantes e mandato de três anos (prorrogáveis em mais três).

Para o presidente do atual conselho, Omar Akel, o texto final representa uma vitória para o clube em se tratando de transparência e participação dos sócios. "Estamos trabalhando muito para ter um quadro social cada vez maior e mais representativo. Acreditamos que com isso vamos ter uma gestão do clube mais transparente, mais eficiente e moderna. Nunca se consegue atingir 100% de satisfação devido às variáveis, mas estamos muito satisfeito com o resultado final", disse, por telefone, à Gazeta do Povo.

As mudanças

Algumas das mudanças terão efeito provisório nas próximas eleições, mas outro tanto será permanente. Um exemplo é a condição do sócio ter direito a votar. O estatuto oficial prevê no mínimo um ano de vínculo e essa condição será mantida para as eleições de 2011. Mas a partir dali, só quem tiver dois anos de associação poderá votar.

Ser votado tornou-se ainda mais complicado. Para concorrer a qualquer um dos cargos de conselheiro, o sócio precisará ter ao menos 48 meses de vínculo, ou seja, quatro anos. "Outra mudança é no número de conselheiros para o deliberativo. Agora serão 160, ou seja, 40 a mais que atualmente. Assim aumentamos a participação do torcedor", disse.

Além das eleições diretas, o novo modelo apresenta regras de proporcionalidade. Quem explica melhor é o presidente Omar Akel. "O princípio da proporcionalidade prevê que sejam eleitos conselheiros em todas as chapas que disputarem o pleito. Hoje a decisão era majoritária, ou seja, só a chapa vencedora elegia. Agora se tivermos três chapas: uma com 50% dos votos, a outra com 30% e a terceira com 20%, será respeitada essa proporção na hora da distribuição das cadeiras".

As eleições serão antecipadas de acordo com o novo documento. Para não atrapalhar o planejamento do ano anterior e nem ser realizada no calor de uma decisão de Brasileirão (hoje a eleição acontece no começo de dezembro e a posse no início de janeiro), o pleito serão realizado no começo de novembro e a posse, consequentemente, acontecerá nos primeiros dias de dezembro.

Responsabilização

Os dirigentes eleitos passam a ter que obrigatoriamente responder administrativamente pelos seus atos à frente do clube. "Dirigentes que tiverem atitudes que comprometam as finanças ou gestão do clube passam a responder pelo prejuízo causado. Pode ter seus direitos suspensos, a ser impedido de disputar eleições ou até excluído do clube", comentou Akel.

Foram previstas uma série de garantias para responsabilizar mais quem age diretamente no futebol. "Um clube, embora seja entidade privada, tem características de entes publico. Congrega milhares de torcedores e gerencia um patrimônio construído ao longo dos anos. São orçamentos cada fez maiores, superando inclusive o de muitos municípios. Quem se dispõe a essa missão precisa ser responsabilizado por seus atos".

Punições mais severas para torcedores

Atualmente o estatuto prevê punições a sócios que não tenham boa conduta, mas o novo documento prevê sanções ainda mais severas. "Existem normas de conduta, diretos e deveres do associado. Estabelecemos que nas dependências do clube é preciso agir com respeito e disciplina, não praticando atos que possam denegrir a imagem do clube e nem causar prejuízos. Os conselhos vão analisar os casos individualmente e o torcedor pode ser expulso e impedido de entrar no estádio".

Chegou-se a ser debatida a inclusão de alguma medida regulamentando a atuação das torcidas organizadas (hoje banidas do Couto Pereira por prazo indeterminado), mas o conselho decidiu que essa é uma atribuição administrativa de cada gestão.

E você torcedor, gostou das mudanças? Participe!

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