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O calendário do surfe mundial começa hoje, no Peru, com intensas mudanças. Premiações maiores e um ranking unificado para a elite e a divisão de acesso do masculino, inspirado no tênis, movimentam 2010. Anseio antigo de parte da comunidade das ondas, a reforma chega como um contra-ataque à proposta do supercampeão Kelly Slater para a criação de um circuito paralelo e milionário.

A partir de agora, cada surfista passará a computar os seus oito melhores desempenhos no "One Ranking", valendo etapas do WCT (circuito mundial) ou do WQS (circuito classificatório). Na segunda metade desta temporada, o grupo da elite será reduzido de 45 para 32 atletas (22 da principal e 10 da divisão de acesso).

A perspectiva é positiva para quem está no torneio qualificatório, como o paranaense Jihad Kodr. Ele não conseguiu se manter na elite em 2009 mas pode retornar já na metade do ano caso obtenha resultados expressivos. Enquanto isso, o catarinense Marco Polo, há anos na briga para surfar entre os melhores, corre o risco de desfrutar muito pouco da estada no WCT se não tiver bom desempenho nas primeiras etapas. Além dele, disputam o tour mundial o catarinense Neco Padaratz, o potiguar Jadson André e o paulista Adriano de Souza.

"Acho que é cedo para saber se foi positiva ou não (a mudança). Vamos descobrir na metade do ano. Mas acho que todos se sentirão no mesmo nível quando correrem etapas 6 estrelas Prime (de maior pontuação). Os garotos, os que almejam vaga na elite e a própria elite estarão lado a lado", comentou por e-mail, da Costa Rica, onde faz uma sessão de fotos e vídeos. "É uma novidade e não será fácil para ninguém. Só para o Kelly (Slater) (risos)", acrescentou, referindo-se ao eneacampeão.

Em 2011, os 32 atletas formarão o seleto ASP Dream Tour (como será chamado o WCT), que poderá ser modificado durante a temporada. O competidor substituirá os resultados do ano anterior, valendo os oito melhores dos últimos 12 meses. O campeão do mundo, porém, continuará sendo definido apenas através dos resultados no WCT.

A premiação também aumentará em 2010. Os valores das etapas passam de US$ 340 mil (cerca de R$ 590 mil) para US$ 400 mil (cerca de R$ 700 mil). O campeão mundial no masculino ganhará um bônus inédito de US$ 100 mil (cerca de R$ 170 mil) e US$ 30 mil para a campeã do feminino. Essa é a única mudança, por enquanto, entre as mulheres, que já possuem um grupo mais enxuto.

Os valores ainda estão longe da proposta de Slater e o seu Cham­­pions Surf Tour (CST) ou Rebel Tour, com apenas 16 atletas (convidados sem critério de ranking) e prometendo US$ 1,5 milhão em prêmios a cada etapa.

O gerente executivo da ASP na América do Sul, Roberto Perdigão, considera que mudanças atenderam o desejo dos surfistas. "O sistema tem de priorizar os melhores. A ASP também tenta anular as intenções do circuito paralelo", afirmou.

Um dos primeiros reflexos da mudança é a valorização do WQS. Com 12 etapas e quase US$ 1,6 milhão em prêmios, o Brasil terá o calendário mais rico da história e grande chance de ter os craques por aqui.

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