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Muitas mudanças. É isso que promete a chegada do técnico Carlos Colinas para o comando da seleção brasileira de basquete feminino. O espanhol foi apresentado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) nesta quinta-feira, ao lado da ex-jogadora Hortência, hoje na diretoria da entidade, e da também ex-jogadora Janeth, responsável das categorias de base do esporte e também integra a comissão técnica adulta.

"Estamos iniciando um novo trabalho visando 2016. É a longo prazo, muito sério, e a CBB teve coragem de fazer mudanças, que acho que trarão muitos benefícios para o basquete feminino e masculino também. Não podemos ter medo das mudanças, elas são necessárias", explicou Hortência, que indicou o treinador.

Ao ser apresentado, Colinas agradeceu a oportunidade e por terem lhe escolhido, apostando na sua experiência europeia para trazer um diferencial para o grupo brasileiro.

"Acho que posso trazer parte do que passei na minha carreira. É evidente que para um profissional espanhol estar no Brasil, com a importância que o país tem no esporte, é um sonho que se torna realidade. Quero colocar o Brasil no lugar que merece no basquete feminino", declarou o técnico.

Em mudança para o Brasil, Colinas ainda se adapta à língua com um professor particular que o irá acompanhar até que se sinta mais seguro.

"Espero que meu português seja melhor que agora até o Mundial – brincou Colinas, em espanhol", Acho que em dois meses já falarei português melhor que vocês!

Apesar da carga europeia, o treinador prometeu que não vai mudar o estilo brasileiro de jogo.

"Passei muitos anos trabalhando em diferentes campeonatos, em diferentes países. O Brasil tem um estilo de jogo e filosofia que não deve mudar. Precisamos melhorar as coisas que faltam para que possamos competir com os melhores países da Europa. Não temos formas mágicas, são apenas diferentes. A qualidade e talento brasileiros estão historicamente a nível de primeiro mundo".

Auxiliado pela comissão técnica com Janeth e também com Luiz Cláudio Tarallo, Colinas afirmou que já entrou em contato com a maioria das jogadoras brasileiras da seleção, além de ter garantido que vai acompanhar a Liga Paulista de Basquete, para entrar em contato com o basquete nacional e conhecê-lo melhor, assim como os novos talentos.

"Nos meus últimos 40 dias, mantive conversas com quase todas as jogadoras brasileiras na Europa. As que estão jogando na Liga Paulista que podem interessar também temos mantido contato. Vou aproveitar esses dias da competição para observar a final da liga. Claro que a experiência é básica em um time, mas o basquete também necessita de uma renovação. As jovens carregam muita ilusão e paixão, que acho muito importante. Vamos preparando-as aos poucos. Nível se mede pela sua forma e rendimento, não só pelo tempo de jogo" comentou.

Preocupado com o nível do basquete nacional, que tem sido muito criticado, Colinas admitiu que há muito trabalho a ser feito.

"Teremos que trabalhar com a confederação para que esse nível aumente. Mas é importante que as jovens estejam presentes nesses campeonatos, ganhando experiência", afirmou.

Diálogo terá papel fundamental

O espanhol ainda falou sobre sua filosofia para lidar com as jogadoras: o diálogo.

"Gosto muito de escutar. A última coisa que um profisisonal deve fazer é implantar seu método de trabalho sem dialogar. Quero buscar um ponto de encontro ao que eu tenho em mente e o que as jogadoras podem me oferecer de seu conhecimento. Creio muito no trabalho coletivo, na parte física bem explorada previamente, para que possam enfrentar essas competições", revelou.

Colinas falou sobre a jogadora Iziane, que tinha problemas com o técnico anterior, Paulo Bassul. "Tive com ela uma conversa amável, sincera, pensando apenas no futuro do esporte no Brasil. Ela é profisisonal e está há anos no basquete competitivo. Se ela fizer parte do grupo do Mundial ou não, primeira terá que ter essa vontade", disse ele.

Porém, Hortência fez questão de ressaltar que a saída de Paulo Bassul nada teve a ver com seus desentendimentos com a jogadora.

"A saída dele foi estritamente técnica, não teve a ver com a Iziane. Achávamos que deveria haver uma mudança e estamos apostando nela. É só isso", afirmou.

Já com relação à pivô Érika, Colinas garantiu que não falta interesse por parte da jogadora, mas admitiu que seu contrato com WNBA pode complicar a sua apresentação para o Mundial.

"Seu interesse em estar no Mundial com o Brasil é absoluto. Porém, é uma questão complicada tê-la, por seu contrato. Mas acho que ela cresceu muito nos últimos anos, tem grande peso, está jogando a melhor competição que ela pode jogar, sendo uma das que mais se destaca", elogiou.

Com contrato de apenas seis meses para disputar o Mundial, Colinas garante que é tempo suficiente para fazer um bom trabalho.

"É suficiente, ainda mais por eu conhecer as jogadoras e seu estilo. Temos que fazer um trabalho como uma equipe. Talvez cada jogadora tenha período de adaptação mais longo que o normal. Mas vamos nos acostumar. Não quero muito período de concentração, como fazem os europeus. Quero estar entre os melhores no Mundial", concluiu Colinas.

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