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 | Buda Mendes/CPB
| Foto: Buda Mendes/CPB

Não será fácil tirar da memória de Alan Fonteles este ano de 2012. O paraense, de 20 anos, ganhou projeção internacional ao vencer o sul-africano Oscar Pistorius na Paralimpíada de Londres. Na semana passada, pelo feito, foi indicado ao Prêmio Laureus, o Oscar do esporte mundial, na categoria melhor esportista com deficiência. Na noite de hoje, é o grande favorito a receber do Comite Paralímpico Brasileiro o prêmio de melhor atleta do ano.

O que mudou na sua vida depois da Paralimpíada de Londres?

O reconhecimento. As pessoas me param na rua, em shoppings, restaurantes para poder tirar foto, me parabenizar. Também agora todos os atletas estão olhando para mim e querem ver o que o Alan faz para poder ganhar. A responsabilidade aumentou.

Quando caiu a ficha da importância da sua vitória diante do Oscar Pistorius?

Na verdade, foram em dois momentos. Lá em Londres, no dia seguinte à prova, quando vi minha foto estampada nos principais jornais do mundo e aqui quando voltei ao Brasil e vi que só se falava na Paralimpíada, no Alan que tinha vencido o Pistorius.

Você ainda pensa muito naquela prova?

Eu ainda assisto. Não tenho ideia, mas já vi mais de cem vezes com certeza [risos]. Chega a me arrepiar.

Quais serão as prioridades em 2013?

O principal objetivo é o Mundial de Atletismo [em julho, na França] para conquistar um título que ainda não tenho. Quero chegar na melhor forma possível, até melhor do que estive em Londres, principalmente na prova dos 200 m que é minha especialidade. Não importa se em outras competições eu chegar em 2.º, 3.º, o foco vai estar no Mundial.

Será o seu primeiro reencontro com o Pistorius...

Estou esperando um duelo bom. Os dois vão querer ganhar, fazer o melhor. Pode ter certeza que vai ser uma grande corrida. Espero que os dois estejam na melhor forma.

Acha que dá para bater o recorde mundial (21s30), que é do sul-africano?

Estou a 15 milésimos da marca. Vou treinar muito para isso e quero participar de algumas competições convencionais para melhorar o meu tempo.

Como isso vai funcionar?

É uma forma de ajudar na preparação para o Mundial, porque eu tenho um tempo muito parecido com alguns corredores sem deficiência. Tenho o sonho de disputar o Troféu Brasil de Atletismo [em junho] com os atletas convencionais. Com o meu tempo de Londres [21s45], eu chegaria à semifinal. Mas a marca que planejo para o ano que vem é 20s80, para conseguir chegar na final. Não está tão longe.

Acha que pode ter problemas para participar de competições convencionais?

Eu espero que no Brasil não tenha toda a polêmica que o Pistorius enfrentou, por exemplo, porque não pretendo sair a nível internacional. Só quero o Troféu Brasil. Não é um questão de competitividade, é mais de eu querer participar. O esporte olímpico e paralímpico está unido e espero que não haja dificuldade.

As tuas próteses foram criticadas pelo Pistorius por ele achar que são muito longas. Pretende continuar com as mesmas?

Está tudo certo com elas. Estou me sentindo bem com o tamanho atual. Não tenho a intenção de mudá-las.

Você é corintiano. Foi um ano de alegrias foras das pistas também...

Com certeza. Tem coisa melhor? O Corinthians ganha a Libertadores, depois eu ganho o ouro em Londres e agora termina o ano com meu time campeão mundial. 2012 é para não esquecer nunca mais.

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