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Desde o fim do recesso olímpico – da coluna, não do colunista –, três textos foram publicados neste espaço, cada um sobre um treinador da capital. Falar dos "professores" é tentação constante. Acabamos, involuntariamente, transformando o futebol em uma partida de xadrez, na qual o protagonista sempre está ao lado do campo de jogo, manipulando as peças dispostas no tabuleiro. O resultado é uma análise muitas vezes distorcida, em que os verdadeiros protagonistas são transformados em coadjuvantes.

Ricardinho e Ricardo Drubscky terão, sim, papel importante no Paraná x Atlético de amanhã. A escalação e as orientações dos treinadores darão o caminho da vitória ou da derrota. Mas os atores principais do clássico estarão nos dois meios de campo.

João Paulo e Fernandinho são os carimbadores de jogada de rubro-negros e tricolores. Todo o lance de ataque das duas equipes passa pelos pés destes dois jogadores. E cada um se encaixou de uma maneira na sua equipe.

Fernandinho, até três partidas atrás, armava o jogo a partir da lateral esquerda. Migrou para o meio e continuou com a mesma missão. A cada jogo, distribui 48 passes; 41 deles certos, a maior média da Série B. Se Lúcio Flávio é o maestro tricolor, Fernandinho é um pianista que marca todo o ritmo.

Desde o jogo com o CRB, Fernandinho tem atuado no meio. É melhor para o seu futebol. Fernandinho reduziu em um terço o já esquálido número de passes que erra. Também não se desgasta marcando – e amanhã Wendel Borges, seu substituto, será muito exigido por Maranhão e Henrique ou Marcelo. Como tem liberdade, consegue encurtar a distância para o jogador com quem vai trocar passes.

São jogadores do nível de Lúcio Flávio, Arthur, Luisinho e Wellington. Como Ricardinho diz, o Paraná tem um volume tão grande de jogo que o gol acaba saindo. Agradeça a Fernandinho, que, sem ficar confinado à lateral, tem mais chances de aproveitar seu ótimo chute a gol.

João Paulo é um armador desses raros no futebol atual. Até por ter obrigações defensivas, joga mais atrás, como segundo volante. Dá ao Atlético qualidade no passe onde ela mais é necessária, na saída. Se a bola vem redonda a partir do desarme, chega mais rápida e certeira ao ataque. Se há velocidade e precisão, o adversário tem menos tempo para se defender. Logo, aumenta a chance de gol.

As duas atuações mais convincentes do Atlético na Série B, contra Avaí e Criciúma, tiveram João Paulo como protagonista. Não é coincidência. Amanhã, sairá dele a bola para a já forte jogada de lado de campo deste novíssimo Atlético: seja na direita com Maranhão e Henrique (ou Marcelo), seja na esquerda com Pedro Botelho e Felipe.Portanto, se amanhã você sair feliz da Vila Capanema, certamente a vitória terá o carimbo de Fernandinho ou João Paulo.

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