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Na sua passagem pelo Brasil este mês, a Taça Fifa vai contar um forte aparato de segurança. No Rio, o troféu somente 'andará' de helicóptero, evitando as ruas da cidade. Mas a preocupação com a integridade da taça no país nem sempre foi tão rígida.

Em 1996, a Taça Fifa original, com 4,970 quilos de ouro maciço, viveu a experiência de 'passear' em um ônibus comum por cerca de meia hora por ruas do Rio, no trajeto entre o Centro da cidade e a Gávea (Zona Sul). O troféu não pôde ser observado pelos demais passageiros do coletivo: estava 'protegida' por folhas de papel-jornal e dentro de uma sacola plástica de supermercado.

Naquele ano, a maior prermiação do futebol mundial estava em poder da Confederação Brasileira de Futebol graças ao título conquistado dois anos antes pela seleção nos Estados Unidos. Dois funcionários da CBF receberam a missão de levar a peça para um evento promovido pela entidade no restaurante El Turf, de propriedade do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e localizado no Jóquei Clube do Rio.

A sede da entidade ficava na Rua da Alfândega, no Centro. Como não havia veículo à disposição para o transporte, nem verba para táxi, os dois funcionários pegaram a taça na sala de troféus, a embrulharam em papel-jornal e a levaram pelas ruas do Centro até um ponto de ônibus dentro de um saco plástico. E embarcaram em um veículo coletivo até o local do evento, onde ficou exposta em cima de uma mesa, para admiração de presidentes de federações estaduais e do então presidente da Fifa, João Havelange.

- Andamos muito preocupados pela rua. Imagina o escândalo da taça ser descoberta naquela situação. Pensamos em ir de táxi, mas disseram que não havia dinheiro. Andamos e esperamos pelo ônibus em um ponto na Avenida Rio Branco (uma das mais movimentadas da cidade). Foi uma situação absurda - afirma um dos funcionários que levou a taça e que prefere não ser identificado.

Como lembrança daquele dia inesquecível, ele guarda uma fotografia com a taça nas mãos.

Ao chegar ao restaurante, os dois entraram por uma porta de serviço, desembrulharam a taça, "para que ninguém visse como ela foi levada", segundo o ex-funcionário da CBF, e a colocaram sobre a mesa.

Sem segurança específica para o troféu, quase todos os presentes tiveram o privilégio de tocar na taça, beijá-la e levantá-la, imitando o gesto dos capitães campeões.

Após o evento, o troféu mais cobiçado do planeta teve um tratamento melhor: voltou para a sede da CBF no carro particular de um outro empregado da entidade.

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