• Carregando...

Pisando no acelerador desde os 9 anos, o cascavelense Jaime Melo Júnior nunca pensou em ser outra coisa que não piloto. Como sonhar não tem limites, sempre se imaginou na Fórmula 1, mesmo sabendo das dificuldades. No caminho para transformar desejo em realidade, foi campeão europeu da Fórmula 3000, em 2002, antes de desviar seu curso. Trocou a corrida de fórmula pela categoria turismo, na teoria mais distante do seu objetivo profissional. Porém, de posse de uma Ferrari 430, conquistou na semana passada o Mundial do FIA GT2 por antecipação. O piloto de 26 anos vê na façanha uma forma de manter acesa a esperança de seguir os passos do ídolo Ayrton Senna.

Apelido – Desde que eu era bebê me chamavam de Negão. E não tem nada a ver com minha pele. Minha babá me chamava assim e acabou pegando, principalmente para me diferenciar do meu pai, já que temos o mesmo nome.

Sonho de infância – Conheci o kart aos 8 anos e comecei a correr aos 9. Meus tios corriam em categorias menores, por diversão. E eu também gostei da brincadeira. Sempre curti a velocidade e a adrenalina. Eu não apenas gosto disso; eu amo. E a cada categoria fica mais interessante. Meu sonho era ser piloto mesmo.Clube do coração – Sempre torci pelo Palmeiras, como meu pai. Mas não assistia aos jogos porque preferia treinar. Hoje acompanho pela internet.

Pontos positivos – Dedicação total, concentração e a sensibilidade para sentir o carro e transmitir para a equipe o que precisa ser ajustado.

Pontos fracos – Procuro sempre melhorar em tudo, como a parte física.

Ídolos – Gostava do Nelson Piquet. Quando comecei a entender mais sobre o automobilismo, saber como funcionava, troquei. Passei a admirar e me espelhar no Ayrton Senna.

Eu piloto como... – Me enquadro no estilo do Senna: agressivo, mas limpo. Você tem de ser gentil com o carro. Nada de movimentos bruscos.

Melhores momentos da carreira – Este está sendo o melhor. Tenho contrato com uma fábrica impressionante que é a Ferrari e aprendi muito como piloto e como pessoa. Me sinto mais completo e ainda fui campeão.

Pior momento da carreira – Tive fases ruins, principalmente no começo. Sem patrocínio, sem conseguir boas equipes, com minha família se sacrificando porque via meu potencial...

Carreira – Em novembro vamos rever o contrato. A prioridade é continuar na Ferrari. O certo é que estamos melhor do que nos anos anteriores, já que podemos sentar para avaliar várias propostas. Ainda não desisti da Fórmula 1.Corrida inesquecível – Foi em 2003, pela F-Renault, quando ganhei em Mônaco. Foi muito difícil fisicamente. E Mônaco é Mônaco, exige demais de piloto e carro.Piloto mais difícil de ultrapassar – O osso mais duro de roer foi o Mika Salo (finlandês, ex-F-1), este ano. Ele é experiente e muito rápido.

Melhor elogio – O proprietário da equipe AF Corse, Amato Ferrari, me falou após o título para continuar com a mesma simplicidade e dedicação que eu sempre mostrei.

Se eu não fosse piloto... – O automobilismo é tudo para mim. Talvez trabalhasse com meu pai perfurando poços artesianos.

Maior influência – Minha família foi, é, e sempre será a mais importante. Me apoiaram nos bons e maus momentos.

Música – Gosto de tudo um pouco.

Carro – Hoje corro com um carro que é o sonho de muita gente... Mas um carro que é show e que tive o prazer de testar na pista é o 599 Ferrari. Esse eu queria.

Em cinco anos eu pretendo estar... – Na Itália. Minha vida profissional tem de ser aqui, correndo. Espero dar continuidade, mesmo não sendo por uma categoria top. O importante é ter bons contratos e garantir o futuro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]