O fim de uma geração brilhante

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Munique – Ganhando ou não o título, a França, que enfrenta Portugal amanhã, às 16 horas (de Brasília) na Allianz Arena, em Munique, brigando por uma vaga na decisão, será outra após a Copa. A competição da Alemanha marca o fim de uma geração que entrou para a história do futebol. Em 1998, deu ao país seu único título Mundial ao golear o Brasil por 3 a 0 em Paris, partida que marcou o início do reinado de Zinedine Zidane, eleito o melhor jogador do mundo três vezes pela Fifa, em 98, 2000 e 2003.

Dois anos depois de conquistarem o mundo, os Bleus sagraram-se bicampeões da Europa ao derrotar a Itália numa dramática final, decidida por Trezeguet no gol de ouro.

A luta, agora, é para encerrar o ciclo com mais um troféu e apagar o vexame da Copa de 2002 no Japão e na Coréia do Sul, quando a França foi eliminada ainda na primeira fase. Sem vitórias e sem marcar um gol sequer.

São justamente esses "velhinhos" que deixarão de usar a camisa dos Bleus após a Copa. Zidane já disse que o fim da carreira coincidirá com o término da participação da França na Alemanha. Ontem foi a vez do zagueiro Thuram anunciar sua despedida da seleção. Ambos têm 34 anos e estrearam na equipe nacional no mesmo dia, 17 de agosto de 1994.

"Eu estou saboreando muito esta Copa, pois será a última para mim. Com a idade que tenho, é hora de parar", disse Thuram, 119 jogos pela França – jogador que mais vestiu a camisa azul na história. Ele, aliás, já havia renunciado à seleção dois anos atrás. Voltou a pedido de Zidane, quando os franceses corriam risco de não passar pela Eliminatórias.

Além dos dois, outros campeões de 1998 devem acompanhar o maestro Zizou e anunciar sua retirada da seleção depois do torneio da Fifa. E mesmo aqueles que insistirem em continuar jogando por mais algum tempo dificilmente chegarão ao Mundial de 2010. É o caso do goleiro Barthez. Amanhã, ele se tornará o francês com mais jogos em Copas (15). Mas aos 35 anos, sua aposentadoria se aproxima. O reserva Coupet (33), que não foi campeão oito anos atrás, também não deve ter vida longa na seleção. Outros que devem encerrar o ciclo nos Bleus os volantes Makelele (33 anos) e Vieira (30), e o atacante Wiltord (32).

"Mostramos que jogador com 30 anos também corre, tem bom preparo físico e, acima de tudo, experiência, algo bastante precioso", desabafou Vieira.