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Campeão e Bola de Ouro do torneio, Neymar atraiu todos os flashes após a vitória sobre a Espanha | Paulo Whitaker/Reuters
Campeão e Bola de Ouro do torneio, Neymar atraiu todos os flashes após a vitória sobre a Espanha| Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O mundo esperava pelo confronto entre Brasil e Espanha. E viu a equipe que há cinco anos domina o futebol mundial cair de joelhos diante da maior escola dos gramados em seu palco sagrado.

Com dois gols de Fred e um do inspirado Neymar, a seleção brasileira massacrou a espanhola por 3 a 0, ontem, no Maracanã, e sagrou-se tetracampeã da Copa das Confederações – terceiro título seguido. Feito que consolida a rápida formação do time de Luiz Felipe Scolari para a Copa de 2014, mas também serve de alerta.

As taças de 2005 e 2009 foram sucedidas por eliminações nas quartas de final do Mundial.

"A gente sabe que um jogo não é tudo, mas cria-se uma situação favorável, um ambiente melhor. Dentro de campo foi um resultado maravilhoso. É importante para que a gente, pelo menos, tenha um time também para jogar a Copa em igualdade com todos que foram campeões", disse o técnico Luiz Felipe Scolari.

A vitória brasileira foi construída em quatro atos. O primeiro na preleção, quando Carlos Alberto Parreira tomou a palavra e comparou o domínio recente da Espanha com o amplo histórico de conquistas da seleção. Os jogadores compraram a ideia.

"Com todo respeito à Espanha, mas o futebol tem uma hierarquia e o Brasil foi cinco vezes campeão do mundo. Sei que eles respeitam, eles não tiveram a oportunidade de jogar contra o Brasil e agora sabem que não é fácil", disse o goleiro Júlio César.

O segundo foi o Hino Nacional novamente cantado à capela, dessa vez por um público que gritou os 90 minutos como se estivesse na geral do velho Maracanã. "Olé", "O campeão voltou" e "Quer jogar? Quer jogar? O Brasil vai te ensinar" foram alguns dos cantos entoados pelos mais de 70 mil torcedores.

"Foi a tônica dessa Copa das Confederações, o povo junto conosco. É importante que isso continue, essa união, porque ainda não somos uma equipe completa. Quando a torcida gritava que voltou o campeão, foi maravilhoso para nós", derreteu-se Felipão.

Ligado em voltagem máxima, o Brasil repetiu o abafa que havia rendido gols antes dos dez minutos contra Japão e México. Fred, caído, como um típico camisa 9 que Felipão tanto preza, fez 1 a 0 a dois minutos.

Até a metade do primeiro tempo, os brasileiros desenvolveram o terceiro ato, uma marcação forte, no campo da Espanha, que tirou espaço de Xavi e Iniesta e deu à Roja sua menor posse de bola no torneio (52%).

"Quero agradecer aos meus amigos de Portugal, que ganhou da Espanha de 4 a 0 [no fim de 2010]. Passaram todas as informações, que batiam com as do Gallo [observador técnico]. Montamos a equipe em cima daquilo", revelou o treinador.

O último ato foi o gol salvo por David Luiz no fim do primeiro tempo. Pouco depois, Neymar marcou o segundo e Fred fez o terceiro na volta do intervalo. A Espanha – que ainda perderia um pênalti com Sergio Ramos e teria Piqué expulso – estava definitivamente na lona, junto com uma série de marcas: 828 minutos sem sofrer gol em mata-mata; maior invencibilidade do século em torneios oficiais (29 jogos, desde a estreia da Copa-2010); sete anos sem sofrer três gols em competição (3 a 1 para a França, na Copa-2006); 91 partidas sem uma expulsão.

Estatísticas zeradas por um Brasil que sai da Copa das Confederações com o título, o craque (Neymar) e o artilheiro (Fred), mas com um longo caminho até o Mundial. "A Copa é mais forte. Hoje [ontem] começamos o caminho para brigar em 2014 com todas as outras seleções", avisou Felipão.

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