O grande dia do futebol americano

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Mesmo sem um decreto oficial, hoje é praticamente feriado nos Estados Unidos. Por todo o país, as pessoas estão preparando suas bebidas e petiscos favoritos para sentar no sofá e acompanhar a transmissão mais esperada do ano. O Super Bowl – jogo que decide o campeão nacional da liga profissional de futebol americano – atrai milhões de americanos para a frente da tevê, não importa quais times estejam da disputa do troféu.

No ano passado, o Super Bowl bateu o recorde de telespectadores e foi visto por cerca de 97 milhões de pessoas nos Estados Unidos. Números que traduzem a paixão dos americanos por um esporte que ainda dá seus primeiros passos no restante do mundo. Com tamanha audiência, o jogo ganha proporções que extrapolam o âmbito do esporte. A decisão da NFL é uma das mais esperadas oportunidades de exposição de marcas e ações comerciais no ano.

As grandes empresas americanas desenvolvem campanhas publicitárias especialmente para serem lançadas nos intervalos do jogo. Estratégia de marketing que custa caro. Este ano, o espaço mais barato para veicular um comercial de 30 segundos durante o Super Bowl custa 3 milhões de dólares, cerca de R$ 6,9 milhões.

A região que sedia o jogo é quem mais se beneficia da febre da NFL. Neste ano, trata-se de Tampa, cidade litorânea localizada na porção central da Flórida. Segundo o comitê organizador, cerca de 100 mil pessoas vieram para a cidade apenas para o Super Bowl. A projeção do impacto na economia local é de 300 milhões de dólares.

Segundo o diretor executivo do comitê organizador, Reid Sigmon, os benefícios vão além. "Todo órgão de imprensa que vem a Tampa para cobrir o jogo usa imagens de nossas praias, monumentos e locais históricos, e ganhamos a oportunidade de mostrar o potencial da cidade", explica. "Com isso, esperamos aquecer o turismo mesmo depois do Super Bowl".

Para a maioria da população, a tevê passa a ser a melhor opção para acompanhar a partida, já que é difícil conseguir ingressos para um Super Bowl. Dos 70 mil lugares oferecidos pelo Raymond James Stadium, local do jogo desta edição, cerca de 25% são distribuídos pela NFL para seus patrocinadores, autoridades, celebridades e imprensa. Apenas 1% dos ingressos são vendidos oficialmente, para compradores selecionados através de sorteio. Cada um dos felizardos tem direito a comprar um par de ingressos pelo preço designado pela liga. Cada time que disputa o Super Bowl tem direito a 17,5% dos assentos, a equipe que sedia a partida recebe 5% da cota e os demais clubes da NFL ganham 1,2% dos ingressos.

No entanto, a chance de ver o jogo ao vivo aumenta para quem está disposto a mexer no bolso. O próprio site oficial do Super Bowl disponibiliza um link no qual pessoas que ganharam ingressos e estão interessadas em vender podem encontrar compradores. Os preços variam entre US$ 1,4 e 4 mil, dependendo da localização no estádio.

Mesmo em tempos de crise, as organizações envolvidas não pouparam esforços para manter a tradição que começou em 1967, com a divisão da NFL em duas conferências. Mais uma vez, os Estados Unidos se preparam para uma grande festa, com importância suficiente para paralisar o país, sempre atentos a possíveis ações terroristas mas sem deixar de lado a paixão pelo esporte.

Na TV

Arizona Cardinals x Pittsbutgh Steelers, às 21 horas, na ESPN.