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Wanderlei Silva esperou cinco anos para enfrentar um compatriota no Pride, maior competição do vale-tudo mundial. E logo na primeira vez pode encarar dois brasileiros no mesmo dia. Um grande rival e um amigo numa madrugada inusitada para o lutador curitibano. A edição histórica do torneio japonês começa às 4 horas (de Brasília) deste domingo, na suntuosa Arena de Saiatama, e vale o cinturão dos médios, até 93 kg.

Atual campeão do Pride GP, Wanderlei abre a semifinal do evento contra o carioca Ricardo Arona. O fato de defenderem academias adversárias no Brasil – Chute Boxe e Brazilian Top Team (BTT), respectivamente –, já serviria para esquentar a luta. Mas as provocações incendiaram o cenário.

"Não gosto do Arona e estou treinando para nocauteá-lo. Ele realmente é bom, mas fala demais. Eu vou calar a boca dele na porrada, porque não sou um desses pangarés que ele pegou até hoje", disparou o paranaense.

"Quem tem boca fala o que quer. Não tenho medo de ameaça e nem de cara feia. Não estou preocupado com o que ele pensa", respondeu o atleta do BTT.

Se cumprir a promessa, Wanderlei pode enfrentar uma luta ainda mais difícil. Não na técnica. No coração. A outra semifinal será disputada entre o holandês Alistair Overeem e o curitibano Maurício Shogun, colega dentro e fora da Academia Chute Boxe.

Ao falar do possível encontro caseiro, Wanderlei adotou um discurso ensaiado. "Somos tão concentrados que na hora entramos no clima da luta e será como qualquer outra." Mas ele não sustentou o perfil durão por muito tempo. "Quer saber? Não tenho a menor idéia de como será. Somos amigos, treinamos juntos. É duro", admitiu.

Ex-sparring de Wanderlei, Shogun também reconhece que será difícil enfrentar o ídolo. "Conversamos bastante sobre isso. Não é comum encarar adversários da mesma equipe. E também somos amigos. Um vai estar torcendo para o outro vencer a primeira luta. Depois será complicado", afirmou.

Apesar da expectativa, ele prefere se concentrar no duelo com o holandês e sua famosa guilhotina (imobilização com o braço em volta do pescoço do oponente). "Meu treinamento foi focado para enfrentar o Overeem, depois eu vou pensar na final", afirmou Shogun.

Para o dono da academia, Rudimar Fedrigo, há um respeito hierárquico pelo fato de Wanderlei ser o campeão, mas o profissionalismo garantirá uma grande luta se eles chegarem à final. "É como um reality show. As pessoas sabem que é real e isso garante o sucesso do evento", completou Wanderlei.

* Pride , ao vivo, às 4 h, no Premiere 1.Serviço: Telão no Bar Boobalai (Bispo Dom José, 2.465). Homens R$ 7 e mulheres R$ 5, com bônus distribuídos nas lojas Wand e Academia Chute Boxe. Café da manhã: R$ 5. Informações: 41 3228-2633.

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