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Um suposto esquema de arbitragem coloca em xeque a campanha do Operário na Série Prata. O time de melhor campanha da Segundona paranaense é suspeito de pagar propina aos juízes. O "mensalão" do Fantasma vem à tona no momento de ressurreição de um dos clubes mais tradicionais do interior do estado.

A polêmica veio à tona na noite de domingo, durante o programa Histórias do Esporte, veiculado pelo canal ESPN Brasil. E saiu de dentro do próprio Estádio Germano Krüeger.

No especial "Paraná de Prata e de Lama", o presidente do Conselho Deliberativo do Fantasma, Sílvio Gubert, revela a necessidade de uma ajudinha aos árbitros além da taxa fixa da Federação Paranaense de Futebol (FPF) – em torno de R$ 1.200 para o trio titular, mais o árbitro reserva.

O valor inicial do "mensalão" da Prata seria de aproximadamente R$ 2 mil por jogo. "Um jogo desses, se não der dois paus, ele faz o jogo do outro (time). Isso na primeira fase. Na segunda fase é mais", declarou Guber à ESPN.

No esquema do Operário, o Marcos Valério (publicitário apontado como operador do esquema de propinas no governo federal) da Série Prata é chamado de Bruxo. Segundo a matéria, uma pessoa ligada à FPF telefonaria informando quem seriam os árbitros de cada jogo e pegaria o dinheiro no estádio antes de cada partida.

"Foi uma surpresa para mim. Fui assistir ao programa na casa da minha mãe achando que seria legal, contando o trabalho bonito que estamos fazendo e vi aquilo. Uma decepção", disse o presidente do clube, Sílvio Komoski, à Gazeta do Povo, por telefone.

Diante do impacto da denúncia, ele convocou uma coletiva para Silvio Gubert esclarecer suas declarações. "O que falei foram coisas da história do futebol paranaense. Não as que acontecem hoje. Foi tudo editado. Não vou pedir demissão do clube. Peço desculpas apenas por ter sido ingênuo e acreditado em pessoas sem credibilidade", defendeu-se o dirigente, que disse ter conversado com um advogado para analisar o caso.

O repórter Ronaldo Kotscho, da ESPN Brasil, participou da matéria e da edição e rebateu as explicações. "Temos a fita bruta. Está claro que ele não falava do passado, ocorre agora neste campeonato. Inclusive no dia do jogo ele ia separar um agrado para a arbitragem", disse à Gazeta.

O jornalista pondera que na partida em questão, Operário e São José dos Pinhais, o juiz Antônio Oliveira Salazar Moreno em nada influenciou no 0 a 0. Os donos da casa tiveram, inclusive, um gol anulado corretamente.

O técnico do clube, Ricardo Pinto, disse não acreditar no esquema. "Se estão pagando, não estão fazendo o trabalho direito porque em vários jogos reclamamos da arbitragem. Estamos liderando o campeonato e sempre achei que o mérito era só nosso. R$ 2 mil é dinheiro para caramba diante da nossa folha salarial de R$ 35 mil", desabafou.

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