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Ele gosta de se dirigir ao ringue fantasiado, já coloriu o cabelo, fuma e bebe. Em 2005, na pesagem realizada na véspera da luta contra o brasileiro Ricardo Arona, se viu fisicamente em desvantagem diante do adversário. Pediu licença, saiu e voltou com o corpo todo riscado à caneta, no qual exibiu um abdômen "trincado" e um peitoral definido forjados à tinta preta. Golpeou outro brasileiro, Ryan Gracie, com "tapinhas" nos glúteos em pleno calor do combate. Fanfarrão, sorri durante as lutas. Este é Kazushi Sakuraba, o japonês bem-humorado que contraria o estereótipo carrancudo da maioria dos lutadores de vale-tudo. Conhecido por Caçador de Gracie ao derrotar Royler, Royce, Renzo e Ryan, integrantes do mais famoso clã do MMA nacional, na virada do século, Saku (como também é chamado pelos fãs) só foi parado pelo curitibano Wanderlei Silva, em 2001.

Hoje, aos 38 anos, consagrado como um dos lutadores mais carismáticos da história do MMA, Sakuraba continua sendo uma das figuras mais admiradas das artes marciais. Repetindo o que já havia feito em agosto de 2005, Saku desembarcou em Curitiba há quase uma semana para treinar com a equipe da Academia Chute Boxe.

Figura singular, Saku se sente mais à vontade no ringue do que diante da imprensa. Falar com ele foi uma verdadeira batalha. Arredio a entrevistas, se recusava a falar e não se deixava fotografar desde a última segunda-feira, quando chegou à capital paranaense. Segundo ele, os promotores do K1 não permitem a divulgação pessoal dos seus atletas. Após uma certa insistência, só concordou em conceder entrevista para a Gazeta do Povo depois de ser convencido por Rudimar Fedrigo, líder da academia curitibana. Mas antecipou temas que não gostaria de tocar, como suas lutas passadas e o possível reencontro com Royce. Com a ajuda de uma intérprete que acompanhava uma equipe de tevê japonesa que veio ao Brasil documentar a viagem do lutador, Sakuraba finalmente soltou o verbo nessa entrevista exclusiva.

Por que voltar à Chute Boxe?A academia tem muitos lutadores de alto nível, de diferentes estilos. Treinar com eles ajuda muito. E aqui, longe do Japão, posso me concentrar mais na preparação, sem muitas distrações.

Você é um dos lutadores estrangeiros mais admirados pelos fãs brasileiro de MMA. Tem noção dessa popularidade?Antes de vir ao Brasil não imaginava isso. Também não sei a razão. Talvez seja porque eu procuro mostrar alegria quando vou lutar. Gosto do que faço, e por isso não luto com raiva.

Como define seu estilo?Aprecio a técnica perfeita, capaz de decidir uma luta. O que mais me satisfaz é vencer aplicando a habilidade que conheço. Prefiro isso a um rápido nocaute.

Você está com 38 anos (fará 39 em julho). Pretende lutar até quando?Não penso seriamente em um futuro distante. Procuro me concentrar na próxima luta e nada mais. Por enquanto vou em frente. Tenho Randy Couture como parâmetro (americano de 43 anos, campeão do UFC). Tenho um amigo que há um bom tempo é arremessador de beisebol, no Japão. Estamos apostando quem vai durar mais.

Você é um dos maiores ídolos da história do Pride. Por que saiu de lá?Por muitas razões que prefiro não mencionar.

Gostaria de comentar a venda do Pride para os norte-americanos?Não.

Há alguma luta que você qualifique como inesquecível na sua carreira?Não. Tenho a memória muito fraca (risos).

Quem será o seu próximo adversário no K1?.... (silêncio) Não sei.

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