• Carregando...
Lázaro Ramos e Pedro Fonda em cena de "O Cobrador" | Divulgação/Festival de Cinema de Gramado
Lázaro Ramos e Pedro Fonda em cena de "O Cobrador"| Foto: Divulgação/Festival de Cinema de Gramado

Delegado ganha sobrevida; Geninho na mira

Antônio Lopes está garantido como técnico do Atlético. Pelo menos até o jogo contra o Figueirense, amanhã, às 18h10, na Arena. Nos bastidores, porém, já há um nome forte para substituir o Delegado caso o Rubro-Negro seja derrotado – resultado que pode empurrá-lo para a zona de rebaixamento. Geninho, campeão brasileiro em 2001 e atualmente no Sport, seria o substituto do treinador.

Hoje à tarde, as atenções do Rubro-Negro estarão voltadas para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O volante Gavilán e o meia Tcheco, do Grêmio serão julgador por incidentes no empate por 1 a 1, em Porto Alegre, no dia 28 de julho.

Tcheco foi denunciado com base no artigo 254 (jogada violenta) e pode pegar até seis jogos de gancho pelo lance que resultou em três fraturas no rosto de Alex Mineiro. Gavillán será julgado pelo artigo 253, referente a agressões. O paraguaio pode pegar até um ano e meio de afastamento pela cotovelada em Evandro.

Eliminado dentro de casa no Paranaense e na Copa do Brasil e com um pé fora da Sul-Americana após perder por 4 a 2 para o Vasco, quarta-feira, na Arena, o Atlético 2007 ostenta uma marca nada honrosa no retrospecto recente do clube: é o pior Rubro-Negro da era Petraglia em Campeonatos Brasileiros.

Desde 1995, quando o grupo liderado pelo atual presidente do Conselho Deliberativo assumiu o comando do clube, jamais o Furacão havia registrado uma aproveitamento tão baixo. Em 19 rodadas do Nacional, o time da Baixada, na beira da zona de rebaixamento, conquistou apenas 38,6% dos pontos conquistados. Rendimento que passa raspando nos 39,1% de 1998, quando terminou a competição em 16.º lugar, somente quatro pontos acima da faixa de descenso.

Completam o "top 4" negativo do Furacão as edições de 2006 (42,1%) e 1997 (44%). Campanhas semelhantes não só nos números, mas também em alguns aspectos.

Em 97 e 98, o Atlético perambulou entre Pinheirão, Vila Capanema, Vila Olímpica e Couto Pereira, à espera da construção da Arena.

Nas duas últimas temporadas, a Baixada também esteve "ausente". Não fisicamente, mas na pressão que exercia sobre os adversários. Somente nos dois últimos anos o Atlético caiu 14 vezes no seu caldeirão, com direito a maior goleada (5 a 0 para o Botafogo) e quebra de tabus (contra Paraná e Vasco). Este número equivale a um terço dos tropeços do Furacão em oito anos de estádio.

Outro traço comum é o desmanche nas equipes. Para erguer a Baixada no fim dos anos 90, o clube se desfez da dupla Paulo Rink e Oséas. Entre 2006 e 2007, foram negociados Paulo André, Michel Bastos, Dagoberto (após longa briga judicial), Dênis Marques, Marcão e, mais recentemente, Guilherme – além da contusão de Alex Mineiro.

Segundo analistas, antigos ídolos e torcedores ouvidos pela Gazeta do Povo, a mudança destes números passa pela contratação de reforços e a indicação de um dirigente para atuar próximo ao futebol com carta branca da cúpula rubro-negra.

"A volta de um ex-presidente como o Valmor Zimermann iria sacudir o Atlético. Alguém que tem a sensibilidade humana. Hoje não existe um departamento de futebol fortalecido", disse o jornalista Carneiro Neto, comentarista da Gazeta do Povo e da rádio CBN. "Mas o dirigente precisa ter liberdade para decidir. No Atlético é uma coisa arcaica. O presidente manda em tudo e ninguém pode reclamar", acrescenta Aírton Cordeiro, comentarista da Gazeta do Povo e da rádio Transamérica.

O colunista criticou ainda o relacionamento unilateral da cúpula rubro-negra com a torcida.

"Desdenhar a torcida é uma atitude egoísta e só afasta o público do estádio", completou.

"Precisa de reforços, urgente. Ou vai afundar o barco", avisou o torcedor Marcos Vinícius Ostaszewski, que neste ano preferiu trocar as cadeiras da Arena pela poltrona da sua sala, para evitar mais decepções.

Quem já vestiu a camisa rubro-negra também sente o gosto amargo do momento difícil do Furacão. Barcímio Sicupira, maior artilheiro da história do clube e comentarista da rádio Banda B, vê graves carências técnicas e táticas no elenco, hoje burocrático e defensivo. "Não tem defesa, meio e ataque seguros. Faltam jogadas treinadas e criatividade", explicou.

Já Ricardo Pinto, camisa 1 na volta à Primeira Divisão, em 95, e ex-preparador de goleiros do Atlético, vê uma certa despreocupação de quem administra o clube. "Se o comandante acha o rebaixamento normal, tudo bem", ironizou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]