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Anderson Silva, paranaense radicado em Curitiba, é um astro do ringue | Jon Kopaloff/ AFP
Anderson Silva, paranaense radicado em Curitiba, é um astro do ringue| Foto: Jon Kopaloff/ AFP

Foram praticamente os cinco rounds apanhando – e feio. Após quatro anos e onze lutas, a maior in­­vencibilidade do Ultimate Fighting Championship (UFC) estava prestes a cair, há duas semanas. O cinturão dos pesos médios, até então defendido em sete oportunidades, deixaria Curitiba e iria para Por­­tland, nos EUA, terra do especialista em wrestling Chael Sonnen. Mas nem mesmo quando tudo parecia perdido, Anderson Silva deixou de acreditar.Com um triângulo, golpe de estrangulamento com as pernas, finalizou seu oponente no instante em que o cronômetro marcava pouco mais de um minuto para o fim do duelo. Dentro do octógono da Oracle Arena, na ca­­liforniana Oakland, "Spider" trocou a atitude polêmica da lutas anteriores por um semblante sóbrio e respeitoso.

Com uma incrível resistência, apesar de ter lutado com uma costela trincada, Anderson conseguiu o que parecia impossível e deu mais um passo para virar uma lenda do esporte.

Em entrevista à Gazeta do Povo, após muita luta – o termo vem a calhar – da reportagem, o lutador revelou-se confiante ao extremo e afirmou que em ne­­nhum momento imaginou-se sendo derrotado na luta que pareceu, mas segundo ele não foi, a mais difícil da carreira.

O que você pensa para seu futuro? Voltar para Curitiba está nos planos?

Vivo o presente, um dia após o outro, sem atropelar nada. Tenho mais seis lutas no UFC ainda. Quero dar muito exemplo, alegria e orgulho para o Brasil. Estou terminando a gravação de um documentário sobre minha vida e pretendo lançar um livro logo. Amo minha cidade, sou curitibano de corpo e alma.

Sua atitude no UFC 117 foi bem diferente daquela da luta contra o Demian Maia [na ocasião Anderson foi acusado de "zombar" do rival durante o combate]. O que mudou?

Nada mudou. Foram estratégias diferentes, uma no chão e a outra em pé.

Quando você recebeu o cinturão, foi direto ao seu adversário e se ajoelhou. O que significou aquele gesto?

Respeito e reconhecimento ao um grande oponente.

Antes do combate, seu adversário fez muitas provocações e tentou diminuir sua importância...

Foi a estratégia de autopromoção dele, e eu a respeito. Já a minha, prefiro demonstrar dentro do octógono.

Você se sente diferente depois dessa luta?

Cada luta tem uma história, um desafio diferente. Você sempre acaba aprendendo um pouco mais com cada uma delas.

Já esperava uma luta tão dura assim contra o Chael Sonnen?

Esperava uma luta difícil sim, pois ele é um campeão olímpico de wrestling [na verdade Chael Sonnen foi bicampeão norte-americano universitário de luta greco-romana e reserva da equipe olímpica] e por esse motivo me preparei para um combate de chão. Não foi a mais difícil da minha carreira, mas como sempre luto com os melhores do UFC, as lutas sempre serão complicadas.

Em alguns momentos, Sonnen aplicou golpes que pareciam estar lhe menosprezando. Você concorda?

Não vi essa intenção por parte dele. É que neste jogo você nunca deve ficar parado.

A lesão que você teve durante sua preparação (costela trincada) foi responsável pelo domínio do combate ter sido de seu rival?

Isso trouxe uma vantagem para ele, mas sou brasileiro e não iria desistir diante de um desafio. A resistência também é resultado de treinos intensos de preparação física. Sempre lutei na vida e, já que sou um lutador profissional, sempre lutarei para vencer.

Você ficou quase cinco rounds em situação desfavorável e ainda escorregou no início do round final. O que passou por sua cabeça nesses momentos?

(Risos) Nunca saiu da minha ca­­beça que eu iria vencer. Não sei o que pensei. Desde o começo, sabia que iria ganhar, mesmo reconhecendo que o Sonnen seria um grande adversário.

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