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Florianópolis – "Pegue uma onda todos os dias." Este é o lema do primeiro campeão mundial de surfe, em 1976, o australiano Peter Townend, que aos 52 anos acompanha o circuito por todo o planeta. Saudosista do tempo em que o surfe era praticado apenas por amor, ele agora se ocupa com uma feira de roupas e equipamentos para a modalidade e pelo segundo ano seguido está em Santa Catarina.

As lembranças passam pelos estilos que eram constantemente criados por competidores e valiam pontos na avaliação dos juízes até as premiações, que não passavam de bermudas ou camisetas.

"Nos anos 70 competíamos por três bermudas ou três camisetas. Hoje se surfa por milhares de dólares. É tudo muito diferente", comenta. "Agora o que importa não é como se faz e sim o que se faz", lamenta.

Apesar das grandes diferenças entre as épocas, o australiano não acha que o assédio às estrelas como Andy Irons e Kelly Slater seja maior do que era com os astros de 30 anos atrás.

"A única diferença é que agora é tudo mais divulgado e são mais de 40 grandes surfistas. Antigamente, eram sete ou oito no máximo. Mas o assédio nas praias é exatamente igual", revela.

Em 1976, o até então inédito Campeonato Internacional de Surfe, teve o triunfo de Townend. Ele competiu profissionalmente até a metade dos anos 80 e nunca mais se afastou das ondas. Não vê a hora de sobrar um tempinho para cair no mar atrás de mais emoção.

"Esta é a receita para eu estar sempre sorridente, simpático e feliz. Pegando uma onda todos os dias, meus problemas estão resolvidos", garante ele, que ainda participou do circuito Master entre 1997 e 2003.

Casado com uma brasileira há três anos – a carioca Neila –, ele se diz apaixonado pelo Brasil. Já perdeu a conta de quantas vezes esteve no país e assegura lembrar da Austrália quando está aqui.

"Brasil e Austrália são muito parecidos. O clima, as praias e as pessoas. Florianópolis me lembra muito Gold Coast (parte do litoral australiano onde Townend nasceu)", compara.

Apesar de elogiar a capital catarinense, o ex-campeão do mundo é encantado mesmo por Maresias, badalada praia do litoral de São Paulo. "É um lugar muito especial. Boas ondas, garotas bonitas e pessoas simpáticas. É meu lugar preferido no Brasil", afirma.

Townend não deixou de falar sobre os surfistas atuais. Elogiou muito Andy Irons e não citou Kelly Slater – reconheceu que o americano é um grande surfista. Porém para ele o nome do momento é o seu conterrâneo Mick Fanning. A respeito dos brasileiros afirmou que a nova geração promete muito.

"Pedro Henrique, Jihad Khodr e Adriano de Souza ainda têm muito para crescer no WCT. Mas acho que todos têm grande surfe para mostrar", disse.

O jornalista viaja a convite da Associação dos Surfistas Profissionais.

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