Keirrison virou o centro das atenções no Coritiba. Ontem, um dia após marcar o primeiro gol como o profissional, o garoto de 17 anos até perdeu a conta do número de entrevistas que concedeu. Rádio, jornal e televisão, todos queriam saber mais sobre a vida da revelação, novo xodó da torcida alviverde.
A sabatina começou pela origem do pouco convencional nome Keirrison. No momento em que o atacante se preparava pa-ra responder, o colega de time (e de molecagem) Renan o interrompeu. Descontraído, meio brincando, meio falando sério, coube ao camisa 10 apresentar o companheiro à imprensa.
"Ele é assim, largo mesmo. Não tem jeito. Mesmo quando nada dá certo, você pode ter certeza de que a bola vai bater nas espinhas dele e entrar", anunciou o armador, em meio à gargalhada geral.
Refeito do susto e da gozação, Keirrison retomou a entrevista. Do ponto inicial.
"É um nome diferente, mas eu gosto. Eu prefiro ser diferente", diz ele, para logo em seguida, ainda sem jeito, explicar a origem do batismo. "Meu pai tinha um livro francês em que um dos personagens se chamava Errison. Baseado nisso, ele encaixou o Keirrison."
O atacante desvenda todas as curiosidades pacientemente. Até que a conversa toma o rumo da bola, seu assunto predileto. Ele conta que quando pára para pensar, tem dificuldade em acreditar na guinada que sua vida deu em tão pouco tempo.
Para quem há um ano corria pelos gramados de Mato Grosso do Sul defendendo o juvenil do Cene, marcar o gol que abriu caminho para a primeira vitória do Coxa no ano dentro do Couto Pereira parece muito mesmo. Tudo isso logo em sua estréia no estádio.
"Você não imagina o tamanho da minha felicidade. Eu sonhava em marcar um gol no Couto para essa torcida. Foi difícil até para dormir. O primeiro gol a gente nunca esquece", revela ele, que com personalidade, já sabe o caminho que o manterá entre os preferidos de Márcio Araújo.
"Sempre com humildade e os pés no chão. Não interessa a idade, o importante é mostrar futebol. Se eu continuar marcando gols, tenho certeza de que permanecerei no time", afirma.
Nos bastidores, tanto a Massa Sports que divide os direitos federativos do jogador com o Coritiba cujo contrato vai até o fim de 2008 quanto o clube trabalham para que o sucesso repentino não atrapalhe o promissor início de carreira de Keirrison. "Nós o orientamos todos os dias. Ele não está preocupado com quanto vai ganhar, está sim interessado em jogar futebol e se firmar no time", explica Marcos Malaquias, um dos sócios da Massa Sports.
"Aqui não tem deslumbramento. Senão a gente puxa a orelha e o Frega (supervisor de futebol) tira o brinco deles", brinca o assessor da presidência Capitão Hidalgo, mais um a se render ao talento do camisa 9. "Esse menino nasceu para fazer gol", completa. Para a sorte do Coritiba.
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