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Na hora do trabalho, Luiz Carlos Barbieri é perfeccionista ao extremo, mau humorado, pouco educado e não tem pena de dar broncas monstruosas nos jogadores. Mas, talvez por tudo isso, tenha o grupo na mão. O técnico, de 49 anos, e há apenas seis trabalhando na função, conseguiu ontem pelo Paraná seu segundo título estadual seguido (em 2005 levantou a taça do Catarinense pelo Criciúma)

Pregando o discurso da humildade em todos os momentos, mesmo depois do 3 a 0 na partida de ida da final contra a Adap, ele conquistou seus pupilos. Nas horas mais difíceis avisava: "Acredito em vocês, vamos chegar".

Teve como recompensa a doação máxima dos atletas no esquema 3-6-1 que desde quando foi implantado não viu derrotas. A idolatria dos jogadores ao chefe é tanta que alguns foram buscá-lo no vestiário e o carregaram para participar da festa no gramado do Pinheirão.

"Esse é o técnico campeão que merece muito mais", falou o zagueiro Gustavo com o treinador nos seus ombros. "Fui para o vestiário porque o mérito é todo dos jogadores e também para não quebrarem meus óculos como fizeram no ano passado (no título pelo Criciúma)", revelou.

Porém, antes da festa, a vida do comandante no clube não foi fácil. Sair da "corda no pescoço" para uma arrancada de 12 jogos de invencibilidade até o título não é para qualquer um. Barbieri esteve a ponto de ser demitido, teve seu cargo mantido pelo presidente José Carlos de Miranda (mesmo contra a vontade de outros integrantes da diretoria), e conseguiu reverter a situação.

No dia 8 de fevereiro o empate contra o Londrina (1 a 1) em casa gerou protestos da torcida, mas iniciou a série de partidas sem perder. Quatro dias depois, contra o União, em Bandeirantes, a rodada que para o treinador marcou a virada tricolor no campeonato. A igualdade (2 a 2) só veio aos 50 minutos da etapa final.

"Se tivéssemos perdido naquele dia praticamente não teríamos mais chance de classificação nos quatro jogos restantes. Um empate naquelas condições permitiu o crescimento para o clássico da semana seguinte (contra o Coritiba e vencido pelo Paraná por 3 a 0)", revelou.

De lá para cá, a evolução do time foi inquestionável. O trabalho do treinador, antes duramente criticado por boa parte da imprensa e da torcida, só recebeu elogios. Com isso, as características de Barbieri o comparam a outros técnicos que saíram da Vila Capanema para brilhar no cenário nacional.

Geninho, Bonamigo, Paulo Campos (este conseguiu projeção por aqui, mas depois não se firmou) Adílson Batista, Cuca e até Lori Sandri (que retornou ao mercado após passar pelo clube) são exemplos a serem seguidos por Barbieri para trilhar um caminho de glórias em sua trajetória.

"Todos querem ter uma evolução. Estou em um grande clube da Série A do Brasileiro e qualquer um gosta de trabalhar em um clube com essas características. Quem se projetou até hoje foi pelo trabalho", avaliou.

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